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Maria Amélia e Maria Teresa são duas primas que partilham do mesmo amor pela família e por Borba, a terra que as viu crescer. Movidas pelo sonho, decidiram unir forças e dar início a um novo projeto: a Casa Museu Interativa de Borba. Assim, a Revista Mais Magazine tem o prazer de lhe dar a conhecer todos os detalhes sobre este espaço emblemático localizado no Alentejo.

Falar sobre o início deste projeto, é falar sobre a vossa casa de família. Nesse sentido, expliquem-nos como tudo começou. Hoje em dia são a Amélia e a Teresa que comandam os destinos da Casa Museu Interativa de Borba?

Este projeto nasceu de a vontade de duas primas direitas não deixarem morrer o legado que os avós tinham deixado à família. Tratava-se uma adega tradicional, intacta, mas fechada, com 46 talhas de barro originais de olaria alentejana de São Pedro do Corval e de Campo Maior e anteriores ao século XIX. Unindo esforços e com o apoio da nossa família conseguimos concretizar o sonho e o museu abriu portas ao público em junho de 2021. A Casa Museu Interativa de Borba nasceu da EMREZIO, Lda, empresa criada pelas duas sócias gerentes, Amélia e Teresa, que têm a seu cargo a gestão e dinamização do espaço.

Podemos afirmar que o museu nasce do desejo de quererem inovar, respeitando e mantendo as tradições da família? O que se pode encontrar neste espaço?

A Casa Museu Interativa de Borba é uma casa com passado, do nosso passado (dos nossos avós), à qual quisemos dar um futuro, um futuro com história! O nosso desafio é INOVAR COM TRA-DIÇÃO. Através de conteúdos multimédia e de interações digitais damos a conhecer o processo da atividade vinícola e técnica milenar de produção de vinho de talha. A visita é interativa, através de uma aplicação, para telemóvel ou ‘tablet’, onde poderá escolher a língua em que o consulta. Todo o museu Maria Amélia e Maria Teresa são duas primas que partilham do mesmo amor pela família e por Borba, a terra que as viu crescer. Movidas pelo sonho, decidiram unir forças e dar início a um novo projeto: a Casa Museu Interativa de Borba. Assim, a Revista Mais Magazine tem o prazer de lhe dar a conhecer todos os detalhes sobre este espaço emblemático localizado no Alentejo. emrezio.pt está equipado com equipamentos digitais, sendo uma das salas totalmente dedicada ao multimédia, onde é possível assistir a um filme sobre a temática do processo produção de vinho de talha, da história de Borba, tradições locais e da história da família. No final da visita, poderá usufruir de um espaço para degustação de vinhos, queijos e enchidos ou simplesmente apreciar a atmosfera do pátio, à sombra de um limoeiro com cheiros de hortelã. O espaço do museu está configurado para multiusos, onde será possível a realização de eventos de cariz empresarial e pessoal, tais como reuniões, workshops, provas de vinhos, concertos, festas de aniversário, entre outros. O museu é atualmente um dos pontos de interesse da Rota do Vinho de Talha.

No que concerne aos vinhos, ao que pudemos apurar, utilizam a técnica da produção de vinho em talha. Em que é que esta consiste?

Na nossa Casa Museu já não se produz vinho de talha desde 1955, data em foi fundada a Adega Cooperativa de Borba, da qual o nosso avô é um dos sócios fundadores. Mas, resumidamente, e sendo uma particularidade da nossa Casa, o processo iniciava-se com o desengace das uvas, batidas com ancinhos de madeira, pelo adegueiro, separando-se os bagos dos “engaços”. Na casa do desengace, existia uma canalização subterrânea que levava o mosto, entretanto produzido, para uma adorna existente na adega a nível inferior ao chão. Os bagos de uva e o mosto eram transportados para as talhas de fermentação em tachos de folha de flandres e a fermentação ocorria espontaneamente. Durante a fermentação, as películas de uvas que sobem à superfície e formam uma capa sólida são mexidas com um rodo de madeira e obrigadas a mergulhar no mosto, para assim transmitir ao vinho mais cor, aromas e sabores.

Este projeto, para além de ser a continuação do legado da família Rézio, é também uma prova do amor que sentem pela vossa terra (Borba)? E no que ao futuro diz respeito, quais são as vossas expetativas?

É uma prova de amor a Borba, de respeito pela nossa família e pelo património material e imaterial desta região. O espaço do museu está configurado para multiusos, onde será possível a realização de eventos de cariz empresarial e pessoal, tais como reuniões, workshops, provas de vinhos, concertos, festas de aniversário, entre outros. Mas sobretudo pretendemos que o museu seja um veículo para a dinamização histórico-cultural da região. Num futuro próximo, estamos a trabalhar na criação de um ciclo musical dedicado ao fado, com dois fadistas, sendo um residente e outro convidado, acompanhado de guitarrista, com periodicidade mensal. Estes eventos serão acompanhados da gastronomia alentejana e do bom vinho alentejano.