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Usa a “beleza bruta da natureza” como inspiração, onde em coleções limitadas e trabalhadas individualmente junta o conhecimento técnico e o amor pelo artesanal. Após o lançamento da coleção Flora na primavera, há agora a promessa de novidades para a época natalícia.

O deslumbre e paixão pelo mundo da joalharia tocaram à porta de Paula Vieira – Designer de Joias – há 30 anos. Com um sonho em vista, concluiu a sua formação técnica profissional e logo depois, para ganhar experiência, “começou por desenhar joias para diversas empresas do setor”. Daí, foi um saltinho até criar o atelier, emprestando assim o seu nome à marca. A cidade escolhida para o ver nascer e crescer no desenho e na produção de joias foi o Porto, decorria o ano de 1998, mas no início do novo século a artista rumou de malas e bagagens para a capital do país, onde até hoje se encontra. Durante os primeiros anos de experiência no mercado, em prol de definir o cunho da joalharia, a artista passou “por um período de experimentação de materiais e técnicas” sendo que, atualmente, todos os produtos da sua autoria “têm um carácter artesanal e são feitos em prata, ouro, titânio e pedras preciosas, num processo criativo que justapõe a simplicidade das formas e a complexidade de texturas”. Este método, “dinâmico e diversificado”, possibilita-lhe escrever uma “história visual todos os dias”, que reflita momentos vividos. Para além destas caraterísticas, a designer assume que a durabilidade e qualidade dos produtos, mas também o apoio pós-venda, são fatores muito valorizados e distintivos da marca.

As coleções que concebe “não estão fechadas”, sendo “como livros que se vão escrevendo na leveza dos dias”. Dentro da vasta gama, os artigos mais procurados são os colares, anéis e brincos. À Mais Magazine, a exploradora desta arte revela que todas “as peças são trabalhadas individualmente, de forma a conferir-lhes uma identidade própria, oferecendo ao usuário uma experiência única, procurando fazer um balanceamento entre o artístico e o comercial”. Todo este abraço ao processo criativo faz-se com “envolvimento do cliente, desde o desenho à criação do protótipo”. Depois de ter lançado a coleção Flora na altura da primavera, a joalheira revela que no próximo Natal aparecerão novas “peças que irão integrar e complementar as coleções já existentes”. Até lá, “há sempre novas ideias a tomar forma”.

Paula Vieira confessa que o utilizador que “usa e abusa” das suas “obras” é fiel, dividindo-se em três categorias fundamentais. Na primeira, encontra-se aquele que “procura mimar-se com uma peça acessível para o dia a dia, mas que ao mesmo tempo o faça sentir-se especial”; na segunda está o que busca as “peças artesanais, valorizando a história por detrás da mesma, o tempo e o cuidado na sua execução; na terceira e última situa-se o público masculino, “que tem vindo a crescer, e que pretende adquirir uma peça única para oferecer”. Este portefólio de consumidores tem possibilitado arrojo e liberdade criativa.

A aluna que se tornou mestre

O gosto em despertar a paixão pela criatividade levou a designer a dedicar-se ao ensino de joalharia. Fá-lo desde 1996 e atualmente dá formação técnica no seu atelier e teórica no Centro de Joalharia de Lisboa. Aos alunos, exige-lhes que trabalhem “ao máximo a criatividade, as noções de forma, ergonomia, escala e peso, para além de desenvolverem a qualidade técnica com os metais preciosos. A também professora considera que este caminho de experimentação ajuda-os a criar “uma linguagem própria e a perceberem o seu potencial no campo da joalharia”.

Após explorarmos a história deste negócio, ainda houve tempo para falar do futuro. Paula Vieira assume que pretende “continuar o processo criativo” para chegar “melhor à sinergia entre forma, estrutura, material e técnica, além de aumentar os pontos de venda e a representação da marca no digital”.