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Situada em Lisboa desde 1994, esta empresa de produto “desenvolve um sistema de gestão de informação para o ensino superior em língua portuguesa”. Iniciaram atividade no setor da tecnologia na componente do BackOffice, mas depois foram evoluindo e atualmente dispõem de uma oferta diversificada, tendo “cerca de 70 módulos aplicacionais, dos quais os clientes podem escolher aqueles que para eles fazem mais sentido”. O fator diferenciador encontra-se no facto de servirem uma “comunidade heterogénea”.

Tem nome de um género botânico da família Plantaginaceae, plantas que são oriundas da Europa, Ásia e norte de África, mas a Digitalis é uma empresa de software com o “SIGES” a ser o seu “produto de bandeira”. Este tem a particularidade de se adaptar “às várias realidades de cada cliente e fazer a gestão de uma ponta à outra da área académica”, como começa por referir Ricardo Oliveira, Company manager e co-owner desta entidade. Em termos práticos, dedicam–se a plataformas de BackOffice de instituições superiores, “portais para alunos e aplicações móveis”. Além dessas ferramentas, ultimamente têm trabalhado na área da qualidade, com representantes do setor do ensino, mas também com a Agência a3es – Agência para a modernização do ensino superior – no sentido de desenvolverem “competências funcionais e técnicas” e produzirem um “sistema que possa servir, validar e apreciar os resultados dos indicadores de qualidade”, sempre com o propósito dos clientes possuírem “dados atualizados” acerca “da quantidade de alunos diplomados, da evolução do número de matrículas, da empregabilidade e das taxas de abandono e de sucesso escolar”. A par disso, colaboraram “com as agências europeias” para inserir nos sistemas de informação dos seus clientes o Erasmus Without Paper, facilitando assim a “partilha de informações” em rede com outras instituições da Europa, relativamente aos estudantes que fazem parte deste programa de mobilidade; e ainda estão a “desmaterializar as teses de dissertação de 2º e 3º ciclo, de mestrado e doutoramento”.

Fora estes projeto, a tecla de atração para esta organização resulta do facto de servirem “uma comunidade heterogénea”, em termos de “redes e realidades de ensino superior”. Assim, em vez de apresentarem uma solução que teria de ser desenvolvida “dentro da casa com constantes esforços para fazer adaptações”, disponibilizam um “produto atualizado e mantido através de novas versões”, que tem “suporte, com uma linha de atendimento” composta por “uma equipa experiente” que está de olhos abertos “a tudo o que apareça de novo na área do ensino superior”, sendo que nesse sentido, por vezes, acabam por saber das novidades “primeiro do que os clientes”, tornando-os competitivos. Portanto, aos aderentes é prometido um benefício em grande escala verificado por albergar “toda uma experiência anterior, que foi obtida numa comunidade de ensino superior”.

Sair da “bolha”, mas em valsa com a lusofonia
A marca Digitalis tem presença desde 2008 em países lusófonos como Angola, Moçambique, Cabo-Verde e Brasil. O diretor desta empresa, afirma que a ideia de potencializar além Atlântico não partiu de uma estratégia interna, mas sim da necessidade do mercado, uma vez que os líderes das universidades e politécnicos estrangeiros começaram a visitar as instituições portuguesas para se informarem sobre “as soluções de gestão académica”, que estas usufruíam.

Apesar dos “desafios de coabitação” que obrigaram ao crescimento e à procura de respostas, o balanço da presença internacional é positivo, essencialmente em termos de ganho reputacional, de experiência adquirida e de “prova que o sistema” que produzem é efetivamente “heterogêneo, adaptável, configurável e parametrizável”.

Ricardo Oliveira acrescenta que, não obstante o apoio dos consultores da empresa tanto nas fases de implementação dos projetos como na continuidade em apoio às operações periódicas, que “está sempre presente a preocupação de envolver os colaboradores locais, ou seja, dar formação e criar autonomia junto dos nossos clientes”, de forma a que os clientes conquistem independência para a execução das “tarefas do dia a dia”. “Know-how e experiência em SIGES é, frequentemente, uma mais-valia para o currículo de quem trabalha em instituições de ensino superior”. Também fora de Portugal essa preocupação é da maior importância, um caso encarado como sendo de “maior responsabilidade e de maior exigência”.

Aposta em soluções modulares
Segundo a CEO e fundadora da empresa, Jeane Zaccarão, “ter pontos de extensibilidade presentes em todos os vértices das nossas aplicações – desde o primeiro dia – está no nosso DNA. Não me recordo de nenhum projeto da Digitalis que não tenha dado origem a um produto, a uma gestão de versões, manutenção evolutiva e novas funcionalidades.” Esta é a forma como está estruturada a empresa para produzir software, é a sua matriz base. Uma alta configurabilidade dos seus produtos, que permite que um mesmo produto possa ser utilizado por universidades ou politécnicos, do ensino privado ou público, de ensino presencial ou à distância, em Lisboa, Maputo, Luanda ou em São Paulo.

Antes do término da conversa, Ricardo Oliveira refere que os objetivos a curto prazo da Digitalis passam pelo contínuo desenvolvimento de “soluções de gestão de qualidade”, pela incrementação “da posição em universidades e politécnicos” e pela aposta na internacionalização dentro do mercado da lusofonia, visto que voos para fora desse contexto não estão de momento no pensamento, o que “não quer dizer que não possam acontecer”, a longo prazo.