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Situado no coração da cidade de Lisboa, junto ao Marquês de Pombal, o Pabe é um espaço icónico. Local de referência no panorama nacional pela gastronomia, arquitetura e também pelo papel desempenhado na cena política, o restaurante Pabe, do alto das suas quase cinco décadas de atividade, pode dizer com propriedade que foi nas suas mesas que se fizeram muitos negócios e se decidiram estratégias políticas que mudaram o país no século passado. Hoje, o renovado Pabe continua a ser o local onde convivem a boa comida e a história, como nos confidencia Luís Espírito Santo, CEO.

Desde a sua fundação, o Pabe tem sido um marco estabelecido na esfera social e gastronómica em Lisboa. Este local de referência no panorama nacional pela gastronomia e arquitetura, conta já com mais de quatro décadas de atividade. Poderíamos começar a nossa conversa por conhecer um pouco melhor este espaço emblemático na esfera social e gastronómica lisboeta?

Posso começar por afirmar que existem estabelecimentos que despertam em nós memórias. Quando entramos no Pabe entramos num outro mundo, num outro tempo onde o tempo não passa, mas a história acontece. O Pabe continua o mesmo restaurante carismático que durante anos foi testemunha silenciosa de segredos e negócios. Diz-se que foi aqui, numa mesa escondida por um recanto à direita, mais tarde famosa, mesa do “Dr. Balsemão”, como é conhecida atualmente, o palco de diversas reuniões com nomes ilustres da nossa sociedade (Francisco Pinto Balsemão, Francisco Sá Carneiro, Miguel Veiga, Joaquim Magalhães Mota e Carlos Mota Pinto), que conduziram à constituição do PSD, então PPD. A mesa de Pinto Balsemão, como é conhecida, recebia também outras personalidades ligadas ao jornal Expresso que tinha ali perto a sua redação e na qual se realizaram muitas entrevistas para o mesmo, intituladas “O almoço no Pabe”. O Pabe é um espaço de luxo, muito acolhedor, cuja decoração e detalhes são a representação do glamour. Com uma cozinha de excelência, quer pela qualidade dos produtos utilizados, quer pela sua confeção que assenta nas origens e tradições gastronómicas portuguesas, complementada com um serviço discreto, mas de elevado nível.

Situado no coração da cidade de Lisboa, junto ao Marquês de Pombal, o Pabe é um espaço icónico que, depois de um ano fechado voltou renovado, em 2018. Nova gerência, mas mais qualidade e mais propostas gastronómicas?

A qualidade da nossa oferta gastronómica melhorou substancialmente devido à introdução de novos equipamentos e à contratação de uma nova equipa de cozinha com conhecimentos técnicos diferenciados. Continuamos a manter a gastronomia portuguesa, mas com uma elaboração mais cuidada.

Numa altura em que Lisboa se apresenta recheada de propostas e de conceitos gastronómicos cada vez mais arrojados, o Pabe continua a apostar na mais inovadora das ideias: o bom serviço?

Sem dúvida. O Pabe prima pelo tradicional e excelente serviço, adaptado aos tempos modernos apesar de mantermos algum do glamour antigo como é a cozinha de sala onde os nossos clássicos carrinhos continuam a circular e a proporcionar experiências aos nossos clientes. Por exemplo, o nosso bife tártaro continua a ser executado em frente ao cliente.

Tendo como ponto de partida as origens e tradições gastronómicas portuguesas, o Pabe privilegia a qualidade e a sazonalidade dos produtos. Quais as principais propostas para os amantes do bom garfo?

No Pabe, os pratos vão do mar à terra, com opções para todos os gostos. Começo por sugerir de entrada um scotch egg à portuguesa, elaborado com cabeça de xara ou, um foie-gras com chocolate negro, frutos vermelhos e brioche. Os nossos clientes apreciam muito o filete frito de peixe do dia acompanhado de um arroz cremoso de tomate ou grelos, temos também um tradicional bacalhau à minhota que os nossos compatriotas brasileiros adoram. Posso sugerir também um arroz de lavagante ou lagosta, ‘pescados’ no nosso aquário, no momento. Se a preferência do cliente recair nos pratos de carne, posso propor um cabrito no forno à Pabe, ou as bochechas de porco preto ao vinho tinto, pratos tradicionais da nossa rica gastronomia. Destaque ainda para o nosso bife tártaro elaborado pelo nosso Maître com os ingredientes que os nossos clientes podem escolher (consta que temos o melhor bife tártaro de Lisboa). Sem esquecer, a carta de vinhos, que conta com mais de 500 referências vinícolas.

Quais as “tentações”, como o próprio menu apelida, que os clientes têm disponíveis para adoçar o palato?

Na carta dos doces há diversas opções, ou melhor, diversas “tentações”. Creme brûlée com baunilha bourbon, mousse de chocolate com caramelo salgado, crepes suzette (elaborados pelo nosso Maître), são apenas algumas das sugestões para adoçar o palato, a que se juntam ainda o pudim abade de Priscos à Pabe, ou uma reinterpretação da farófia tradicional, com um toque de modernidade.

O Pabe pode dizer, com propriedade, que foi nas suas mesas que se fizeram muitos negócios e se decidiram estratégias políticas que mudaram o país no século passado. Podemos afirmar que este espaço sempre esteve muito vocacionado para empresas, negócios, advogados, políticos, um local de networking por excelência?

Essa pergunta remete-me para uma ilustre figura do nosso país, o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa. Sempre que nos visita, tem uma história nova para nos contar do muito do que viveu e presenciou no Pabe a nível político e jornalístico. Durante a semana, ao almoço, este espaço está mais vocacionado para almoços/reuniões de negócios nas mais diversificadas áreas, é também um local de networking por excelência. Já durante o jantar e ao fim-de-semana o público é outro: famílias, turistas e jovens que procuram uma experiência diferente da que normalmente estão habituados.

O seu design e detalhes são a representação do glamour. Com o seu vibrante bar central e um menu de renome, mais do que um restaurante, o Pabe oferece uma experiência de restauração de referência?

Além da sua gastronomia de grande qualidade e de possuir uma garrafeira enorme e diversificada, contando por exemplo com referências de Vinho do Porto que datam de 1910 até aos dias de hoje, até à escolha de todos os utensílios necessários para proporcionar aos nossos clientes uma experiência de luxo. As mesas passaram a ter mais espaço, as toalhas e guardanapos de linho, os talheres de prata as chávenas de café de
Limoges, enfim uma viagem pelo mundo. Sem esquecer o balcão com bancos corridos, perfeitos para um copo de vinho e um croquete. A decoração mudou, mas manteve as raízes. Os comandos da cozinha estão agora noutras mãos, que trabalham num espaço renovado, com tecnologia moderna e atual, para satisfazer o palato dos clientes mais exigentes.

Que convite gostaria de deixar aos nossos leitores para que visitem o Pabe e vivenciem uma experiência gastronómica de luxo?

Seja em negócios, em família, ou na companhia de bons amigos, o Pabe tem as portas abertas para o receber e proporcionar uma experiência gastronómica inesquecível, onde a tradição dos sabores e a mística do espaço se fundem em perfeita harmonia.