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“Somos uma associação de instituições orientadas para responder de forma eficaz e eficiente às necessidades da qualificação dos jovens, independentemente da sua proveniência”, afirma, em entrevista à Mais Magazine, António Almeida-Dias, Presidente da Associação Portuguesa de Ensino Superior Privado (APESP).

Nascida em 1994, a APESP é a associação das entidades instituidoras dos estabelecimentos ensino superior privados, tendo como principal missão a defesa das liberdades de aprender e de ensinar. Neste contexto, goza do estatuto de parceiro social, sendo formalmente a representante das instituições universitárias e politécnicas não estatais. “Estas entidades instituidoras têm a responsabilidade de garantir as condições humanas e materiais necessárias para o bom funcionamento dos seus estabelecimentos de ensino”, explica António Almeida-Dias. É neste contexto organizacional que a APESP desenvolve a sua atividade, contando com o suporte para os temas de maior complexidade com o seu Conselho Consultivo, constituído por um conjunto de personalidades de diferentes áreas da sociedade civil. “O principal foco da nossa atividade é, por um lado, garantir o respeito e reconhecimento do papel relevante do nosso setor e, por outro, promover as condições para podermos crescer num ambiente amigável, em que ser privado não pode, nem deve, corresponder a uma réplica do sub-sistema estatal. Somos uma associação de instituições orientadas para responder de forma eficaz e eficiente às necessidades da qualificação dos jovens, independentemente da sua proveniência”, explica.

Assumindo como uma das principais missões contribuir para que Portugal disponha de um ensino superior moderno, dinâmico e eficiente, a APESP tem vindo a delinear uma importante estratégia para este setor que passará, em grande medida, por encontrar “mecanismos de apoio e motivação” às suas associadas para, com olhos postos no futuro, desenvolverem as suas atividades de uma forma sustentável. Estimular a criação ou participação em redes, nacionais e estrangeiras, o envolvimento com o tecido empresarial, designadamente no que respeita ao desenvolvimento clusters de investigação científica aplicada e a promoção da inovação pedagógica, desenhando novos modelos de formação, de forma a captar novos públicos que, cada vez mais, se identificam com diferentes perfis.

Nesse sentido, no futuro, a APESP promete continuar a trabalhar para que o ensino superior não estatal possa desenvolver a sua atividade com a autonomia necessária para ter a tão falada liberdade de ensino e aprender. “Isto implicará continuar a derrubar as barreiras que dificultam e a capacidade de inovar, e marcar a diferença daquilo que é o resultado da intervenção da sociedade civil na educação e da formação superior dos portugueses e de todos aqueles que, vindo de outros destinos, escolhem Portugal para estudar. Estamos conscientes que o futuro que se adivinha não será fácil pois os poucos portugueses que irão ser candidatos ao ensino superior português serão disputados pelas instituições estatais e as pertencentes ao setor particular, social e cooperativo”, afirma António Almeida-Dias. Assim, na opinião do Presidente da associação, será necessária a promoção de medidas que garantam uma concorrência entre as instituições em que o motivo da escolha dos estudantes assente em critérios de qualidade e que o motivo financeiro seja atenuado e não aprovado. “O Estado deve reforçar a Ação Social de apoio aos alunos carenciados, de forma a poderem escolher instituições privadas para estudarem, ultrapassando o constrangimento financeiro.”