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Numa altura em que se assinalam os 640 anos do Tratado de Salvaterra de Magos, estivemos à conversa com Hélder Manuel Esménio, Presidente da Câmara Municipal, que nos deu a conhecer alguns dos ex-libris da região: a Falcoaria Real e os Bordados da Glória do Ribatejo.

Conte-nos mais sobre o facto de o concelho de Salvaterra de Magos ser conhecido como a Capital Nacional da Falcoaria, atividade considerada pela UNESCO Património Cultural Imaterial da Humanidade.

Desde que assumimos as rédeas da Câmara Municipal, em finais de 2013, fizemos o registo da marca de Salvaterra de Magos, Capital Nacional da Falcoaria. Delineamos logo essa estratégia em torno da Falcoaria Real, tendo em conta que se trata de um edifício que remonta ao século XVIII, único na Península Ibérica. Por isso, sentimos que era necessário valorizá-lo. Esse esforço já vinha de mandatos anteriores e o edifício foi sofrendo algumas alterações ao longo do tempo. Começou por ser do Estado, depois passou para o Privado e, em meados dos anos 90, a Câmara adquiri-o sendo que, entretanto, este foi reabilitado. Quanto ao nosso executivo, o esforço maior que fizemos foi na criação de uma galeria de exposições temporárias que contribuíssem para um maior interesse por parte do público. Posteriormente, criamos um livro infantil com o intuito de, para além de incentivar os jovens à leitura, lhes darmos a conhecer o nosso património histórico e cultural. Em seguida, aumentamos, igualmente, os espaços expositivos. Em 2016, com a Universidade de Évora e a Associação Portuguesa de Falcoeiros, a Câmara Municipal de Salvaterra de Magos conseguiu finalmente a classificação da falcoaria em Portugal como Património Cultural Imaterial da Humanidade.

Hélder Manuel Esménio, Presidente da Câmara Municipal de Salvaterra de Magos

Salvaterra de Magos é igualmente afamado pelo seu artesanato, bem como pelos seus produtos locais. Nomeie alguns exemplos.

A Feira Nacional de Artesanato acompanha, em março, o Mês da Enguia. Por outro lado, em maio, ocorre a Feira de Magos. Ambos os eventos são realizados anualmente e visam dar a conhecer os nossos produtos locais. A título de exemplo, os Bordados da Glória do Ribatejo foram, recentemente, incluídos no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial. Trata-se de uma arte desempenhada por mulheres que foram transmitindo o seu saber-fazer de geração em geração e que perdura até aos dias de hoje. Nesse sentido, a Câmara tem feito alguns investimentos em espaços culturais na Glória, nomeadamente na reabilitação do Pátio das Coletividades e na construção de um auditório, o Espaço Jackson.

Para quem ainda não conhece Salvaterra de Magos, do seu ponto de vista, que locais são de visita obrigatória?

Na visita a Salvaterra de Magos é essencial passar pela Falcoaria Real e visitar a Barragem de Magos, onde temos um restaurante panorâmico que é, simultaneamente, um espaço de lazer e de convívio com a natureza. Paralelamente, o nosso concelho beneficia da localização junto ao rio Tejo e da beleza da sua imensa fauna e flora. De destacar também o Porto do Sabugueiro e a Aldeia Avieira do Escaroupim. Esta última tem uma importante componente história, tendo em conta que foi para lá que se dirigiram vários avieiros no início do século XX e que se foram fixando nas suas casas tradicionais. O nosso executivo reabilitou uma dessas casas que hoje funciona como Núcleo Museológico da Casa Tradicional Avieira de Escaroupim. Reabilitou e ampliou, igualmente, uma antiga escola primária local, transformando-a no Museu Escaroupim e o Rio, onde consta, por exemplo, a história da aldeia e a arte dos pescadores avieiros.