: Mais Magazine:: Comentários: 0

Em funcionamento desde 2001, o PIEP – Pólo de Inovação em Engenharia de Polímeros assume como objetivo primordial dar uma resposta de excelência na entrega de produtos e serviços, orientada às necessidades de I&D+i das empresas do setor dos plásticos e afins. Numa edição dedicada ao Plastic Summit, fique a conhecer um pouco melhor esta infraestrutura única em Portugal e o seu importante contributo para a inovação do tecido produtivo nacional e internacional do setor dos plásticos.

“A forte colaboração do DEP da Universidade do Minho com o meio empresarial do setor dos plásticos e compósitos, cedo apelou à necessidade da criação de uma infraestrutura, capaz de responder às necessidades de I&D+i das empresas nacionais com um forte pendor de exportação, a operarem num mercado global altamente competitivo ao nível do custo, da qualidade e da inovação”, começa por explicar
Cláudia Cristóvão, Diretora Geral do PIEP. Ao longo de mais de duas décadas de existência, o PIEP tem vindo a consolidar-se enquanto parceiro de referência para a inovação, cumprindo e aprimorando a sua missão, assente num conjunto de atividades principais ao nível da investigação, desenvolvimento e inovação, transferência de tecnologia, consultadoria técnico-científica, formação e prestação de serviços.

Movido pelos valores do conhecimento, cooperação, qualidade, ética, sustentabilidade, inovação e pelo lema de “Converter Ideias em Produtos”, o PIEP desenvolve a sua atividade em inúmeros setores de aplicação, através do desenvolvimento de produtos e tecnologias inovadoras, com elevados níveis de integração e funcionalidade, visando “evidenciar a capacidade endógena nacional de responder prontamente às tendências do setor e a desafios específicos de inovação e, simultaneamente, contribuir para o reforço da competitividade das empresas e para o desenvolvimento socioeconómico nacional”.

Plástico – um setor em transição

O plástico desempenha um papel útil na economia e tem aplicações essenciais em muitos setores. Porém, a sua utilização em aplicações de curta duração que não são concebidas para serem reutilizadas ou recicladas de forma eficaz torna os seus padrões de produção e consumo ineficientes e lineares. Sendo o PIEP uma instituição de referência nas soluções apresentadas para este setor, tem procurado desmistificar o
uso do plástico em embalagens ou noutras aplicações e para impulsionar a transição para a economia circular.


O desenvolvimento de produtos em polímeros e compósitos tem evoluído para soluções de elevada integração, funcionalidade, design inteligente, baixo peso, customização e consequente elevada complexidade produtiva. Para além da elevada complexidade técnica e tecnológica, a cadeia de valor do setor dos plásticos encontra-se em profunda alteração. A vertente da economia circular tem tido um papel
central na história e estratégia atual e futura do PIEP, tanto no capítulo da circularidade pelo design de materiais e produtos, como da circularidade pela reciclagem e da circularidade pelas matérias-primas alternativas. “É extremamente importante que a sociedade tenha um conhecimento generalizado dos benefícios dos plásticos e de que forma a sua utilização responsável pode ajudar à transformação do mundo em que vivemos. Reduzir, reutilizar e reciclar são hoje as palavras de ordem”.


Para Cláudia Cristóvão, o setor dos plásticos em Portugal, tendo como base o conhecimento científico e tecnológico existente, a capacidade e vontade das empresas e o envolvimento responsável da sociedade civil “reúne todos os ingredientes para o sucesso desta tão imperativa transição”.


Projeto Better Plastics

O tema da sustentabilidade ambiental é particularmente familiar e sensível ao PIEP. Neste contexto importa referir que o PIEP é coordenador científico daquele que é considerado o projeto mobilizador do setor dos plásticos para a economia circular em Portugal, o “Better Plastics”, que tem como missão alavancar a transição do setor dos plásticos para uma economia mais circular e neutra em carbono. “O projeto surgiu de uma iniciativa da APIP, que permitiu mobilizar o setor privado, as autoridades nacionais, as universidades e os cidadãos visando assim contribuir para que Portugal possa atingir os objetivos da Economia Circular Europeia de redução das emissões de gases com efeito estufa, de maior eficiência de recursos e da criação de emprego”, explica Bruno Pereira da Silva, Coordenador da área de Economia Circular e Ambiente do PIEP.


O projeto tem como promotor líder a empresa VIZELPAS e a coordenação científica do PIEP, e ambiciona assegurar a sustentabilidade da nova cadeia de valor do setor dos plásticos em Portugal, através da criação de uma estratégia de I&D+i, vocacionada para o desenvolvimento de novos materiais, produtos, processos tecnológicos e serviços, que respondam aos desafios atuais e de futuro e assegurem a circularidade dos plásticos. “O Better Plastics constitui-se como um verdadeiro ecossistema de inovação, contando hoje com mais 52 entidades, entre empresas do consórcio, entidades do advisory board e membros associados, que se encontra a desenvolver 17 produtos, 15 materiais e cinco sistemas tecnológicos, os quais permitirão alavancar a transição do setor para a economia circular”, afirma Bruno Pereira da Silva.