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Prestar um serviço de excelência e satisfazer as necessidades de abastecimento de água, drenagem de águas residuais e de recolha de resíduos sólidos urbanos na população da área de intervenção é a principal missão da Águas de Gaia, que vem desenvolvendo um trabalho meritório neste município. Miguel Lemos, Presidente do Conselho de Administração, reforçou o compromisso da empresa municipal com a sustentabilidade e deu a conhecer alguns dos projetos desenvolvidos recentemente com vista à consciencialização da população para o consumo racional deste recurso natural.

A Águas de Gaia compromete-se a prestar um serviço de excelência, aliado a uma relação de parceria com uma população cada dia mais exigente. Quais as bandeiras que têm guiado a Águas de Gaia ao longo dos anos com vista a atingir este compromisso?

A nossa principal bandeira é, naturalmente, o elevado nível de serviço alicerçado na qualidade da água distribuída, bem como garantir a eficácia e operacionalidade da nossa rede de saneamento, com efeitos diretos no ambiente, que é igualmente uma componente muito forte do nosso ADN, comprovado pelo pleno de bandeiras azuis nas nossas praias e pelos mais de 300 Km de ribeiras despoluídas.

A Águas de Gaia afirma-se como uma empresa de referência, inovadora e com uma visão de futuro. Neste contexto, de que forma a Águas de Gaia tem procurado através da inovação e desenvolvimento tecnológico afirmar-se no contexto do setor da água, saneamento e ambiente?

Inovação e desenvolvimento tecnológico tem sido uma das nossas bandeiras, porque acreditamos que a tecnologia aplicada ao setor traz enormes vantagens ao nível da gestão e da eficiência dos serviços e porque acreditamos e queremos ser um exemplo e uma referência da necessidade de adotar soluções de digitalização das infraestruturas das utilities públicas, contribuindo de forma sustentável para a proteção dos escassos recursos naturais e para a redução da pegada ecológica. Hoje as equipas no terreno não usam papel, mas sim tablets, com ganhos evidentes em termos de tempo, eficiência, ambientais e financeiros, permitindo ainda a análise de vários indicadores através de dashboards de controlo. Outra importante área é o nosso sistema de telegestão das redes, que se encontram sensorizadas e permitem monitorização e operação remota. Também temos apostado na utilização de tecnologia aplicada à redução de perdas de água, com a utilização de tecnologia satélite para a deteção de fugas. Por fim, a introdução da telemetria, isto é, contadores inteligentes. O acesso em quasi-tempo real aos dados de medição da água aumenta a consciência de consumo do utilizador final e poderá permitir a adaptação do seu comportamento, para evitar o desperdício. A notificação das fugas internas que podem ser responsáveis por até 10% do consumo total de água, principalmente no setor residencial, é outra informação importante para os consumidores, que poderão assim reparar roturas prediais, reduzir os consumos e consequentemente as suas contas de água. Neste momento temos a decorrer dois casos pilotos deste tipo de tecnologia, estando previsto ainda este ano o seu alargamento.

A Águas de Gaia é reconhecida no concelho e no país, mas também no exterior. Prova disso é o processo de internacionalização iniciado pela empresa através do “Programa de Transformação e Dinamização Comercial +EPAL 2016”, com vista ao desenvolvimento comercial da Empresa Pública de Águas de Luanda. Fale-nos um pouco mais sobre este projeto e da sua importância.

Foi um projeto que nos orgulhou pelo reconhecimento obtido. Termos sido escolhidos para auxiliar colegas num País de Língua Oficial Portuguesa a ser mais eficientes é, de facto, um selo de qualidade. Para além do projeto na EPAL de Luanda, estivemos ainda envolvidos num outro projeto nas empresas públicas de águas do Lobito e Benguela, também em Angola. Foram projetos muito enriquecedores, acredito que acrescentamos valor nas entidades onde estivemos, mas também foi uma excelente experiência para nós. Aprendemos sempre muito uns com os outros. Temos ainda mantido um diálogo muito profícuo com Moçambique e São Tomé e Príncipe para a colaboração em várias áreas.

Numa altura onde cada vez mais se fala da falta de água, é notória a estratégia do Município de Gaia e da Águas de Gaia na adaptação às alterações climáticas. Fale-nos um pouco mais da vossa visão e estratégia?

A nossa estratégia tem sido atuar de forma próativa, através da implementação de uma solução de gestão integrada da eficiência das redes de abastecimento de água de forma económico-eficiente e sustentável, na ambição de otimizar a gestão dos recursos hídricos e assim contribuir para ir ao encontro das metas estipuladas para a redução e otimização dos consumos de água em Portugal. O programa integrado de redução de perdas de água e água não faturada permitiu uma poupança de cerca de 10 milhões de litros de água nos últimos dois anos.

Temos que manter o foco nesta redução, mas também olhar para o ciclo urbano da água como um todo. No caso das águas pluviais, a sua gestão e valorização para fins não potáveis deverá constituir-se como uma oportunidade, aproveitando-a como um recurso fundamental para o funcionamento dos ecossistemas, mas também deverá ser entendida como um recurso valorizável como seja o seu reaproveitamento em edifícios de habitação, equipamentos desportivos, rega de jardins, reservas para combate a incêndios, entre outros.

Estima-se que mais de 400 milhões de garrafas de plástico sejam produzidas em todo o mundo a cada ano. Ao repensar pequenos gestos, podemos fazer mais e melhor pelo ambiente. Um desses gestos é, por exemplo, beber água da torneira?

Em Gaia a água da torneira é 100% segura para beber. Para além disso, é mais barata e mais amiga do ambiente, não só porque permite reduzir o uso de garrafas de plástico, mas também porque dispensa o seu transporte por veículos motorizados, contribuindo para a neutralidade carbónica. Beber água da torneira é de facto um pequeno gesto com um impacto gigante.

O indicador de água segura em Portugal situa-se nos 99 por cento, o que demonstra a excelência da qualidade da água para consumo humano. Apesar disso, ainda são muitos os portugueses que optam por beber água engarrafada. Torna-se cada vez mais necessário desconstruir mitos que têm colocado em causa a segurança do consumo da água da torneira?

Em Portugal a água é segura para consumo humano. Julgo que são cada vez mais as pessoas que confiam na água da torneira, mas ainda há um caminho a percorrer para desconstruir mitos. O mais importante, a meu ver, é informar com verdade e transparência, sem receio de assumir que beber água da torneira é seguro e deve ser um hábito natural.

Integridade, honestidade, responsabilidade, confiança, respeito pelos outros e lealdade, são estes os valores que hoje fazem parte do ADN da Águas de Gaia. O que poderemos esperar deste projeto para o futuro?

Servir cada vez melhor, mantendo uma política de melhoria contínua, tornar mais fácil e prática a relação dos clientes com os nossos serviços e ter sempre presente a noção de gestão eficiente e inteligente, com elevado sentido de missão e com uma “visão verde”, isto é, com elevado sentido de responsabilidade ambiental.

Por fim, referir a nossa presença na direção da AquaPublicaEuropea, a associação europeia de operadores púbicos de água, que assumimos com elevado sentido de responsabilidade, mas também com orgulho no reconhecimento que Águas de Gaia tem hoje na Europa.