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A expressão “turismo sustentável” tem vindo a ganhar reconhecimento na sociedade. A verdade é que, mais do que uma moda ou tendência, este conceito procura dar resposta aos impactos negativos que o turismo pode provocar num território e às consequências nefastas que, por acréscimo, causa no próprio setor. Assim, o turismo sustentável não deve ser encarado somente numa perspetiva de nicho de mercado ou tipos específicos de produtos mas sim como uma nova forma de desenvolver esta atividade económica.

A resposta do setor a este novo pensamento tem passado pela procura do equilíbrio, nem sempre fácil, entre a dimensão económica com a ambiental e sociocultural. Várias medidas e ideias têm surgido com base neste propósito. Com efeito, esta indústria tem procurado desenvolver produtos que têm um impacto positivo nos territórios, tais como: o turismo de natureza, o ecoturismo, o turismo de aventura, o turismo cultural, o turismo comunitário/social e a integração em projetos relacionados com as bioregiões. Apesar de estes produtos serem apostas fundamentais, uma vez que promovem a proteção do meio ambiente bem como o retorno financeiro e a melhoria das condições para as comunidades locais, não basta! É fundamental “arregaçar as mangas” e realizar mudanças mais significativas na forma como são desenvolvidas e geridas as atividades turísticas. É preciso ter coragem e aceitar que estas atividades têm impactos sobre a comunidade local, a capacidade de carga dos territórios e o meio ambiente. É tempo de avaliar para melhor atuar sobre estes problemas. Para tal, é essencial analisar e integrar práticas sustentáveis nas diferentes atividades como, por exemplo, a economia circular, a compensação carbónica e a responsabilidade social corporativa. Agregar estes elementos vai não só permitir minorar os problemas associados ao turismo mas também reduzir custos, melhorar a reputação das empresas e dos destinos, bem como atrair clientes e parceiros de negócios mais conscientes e conhecedor.

Desenvolver o turismo de forma mais abrangente é um grande desafio. Implica da parte de todos os agentes deste setor um compromisso honesto e contínuo com este propósito. Assim, mais que uma opção de futuro, é a opção pelo futuro! Com efeito, só com este compromisso firme e contínuo para com a sustentabilidade é possível, de facto, que esta atividade económica consiga ser um vetor positivo na sociedade e retire sucessos desse mesmo empenho.

Cristina Araújo

Associação Portuguesa de Turismo Sustentável

Consultora na área da Sustentabilidade

Formadora de Turismo Sustentável na Escola de Hotelaria e Turismo do Porto

Formadora no Programa “Formação + Próxima” – Escola de Hotelaria e Turismo do Porto/ Turismo de Portugal