No cenário internacional de grande incerteza que temos hoje, sabemos que a melhoria da nossa competitividade enquanto país passará, certamente, pelo aumento da internacionalização da nossa economia, sendo essa uma peça essencial da estratégia do Governo para o futuro próximo e de médio-prazo.
Fixámos uma meta ambiciosa, mas alcançável, de chegar a 2025 com um peso de 50% das exportações no Produto Interno Bruto, este ano foi já de 49% no primeiro semestre. Os números confortam-nos, mas o mundo é um lugar complexo, o que implicará necessariamente a mobilização de todos: empresas, associações empresariais, Câmaras de Comércio, Conselho da Diáspora, Municípios, instituições do ensino superior, organizações da sociedade civil e o Estado.
Importa, por isso, promover uma imagem moderna e atualizada do nosso país, dos seus produtos e serviços no estrangeiro, dando visibilidade à competitividade nacional, o que faremos através do Programa Marca Portugal, implementado pela Agência para o Investimento e Comércio Externo.
A AICEP será, ainda, um catalisador da capacidade exportadora das nossas empresas de diversas formas, que tento aqui aflorar. Uma, usando o Programa Internacionalizar 2030 para apoiar as empresas exportadoras que se foquem em setores e mercados estratégicos, já que isso é primordial para potenciar as rendibilidades e os ganhos de escala. Outra, apoiando a diversificação e alargamento da base exportadora das empresas portuguesas com captação de novos mercados e clientes externos, nomeadamente através do “Programa Mais Mercados”, como forma de redução dos riscos associados à nossa concentração nos mercados europeus, para onde exportamos 60% dos nossos bens e produtos. Estando atenta ao dinamismo económico das várias latitudes, a AICEP apoiará também as empresas na identificação de novas oportunidades.
Além disso, no âmbito do PRR, a AICEP vai desenvolver o “Programa de Promoção do Comércio Eletrónico”, com ações de sensibilização, capacitação e consultoria para o comércio digital, bem como para o desenvolvimento de ferramentas de suporte aos processos de exportações das PME, independentemente de estas terem ou não experiência internacional consolidada.
Tão importante como o que já referi é a capacitação empresarial para os desafios da internacionalização, da sustentabilidade ambiental e da responsabilidade social que são fulcrais e deverão ser vistos como uma mais-valia por todas as empresas e associações empresariais. A AICEP tem também essa preocupação, tendo desenvolvido uma Academia com ações de formação, quer para empresas que ainda não iniciaram a sua internacionalização, quer para as que não disponham ainda de presença internacional robusta.
A atração de investimento estrangeiro para o nosso país é outro desafio para a nossa internacionalização. Empresas que criam empregos, que geram riqueza, que trazem novos métodos e soluções, contribuem para o crescimento da nossa economia, para um desenvolvimento social mais harmonioso e, portanto, para o bem-estar de todos os que cá moram.
O esforço tem de ser conjunto. O ganho é de todos.
Por: Bernardo Ivo Cruz, Secretário de Estado da Internacionalização