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O concelho da Lousã tem um potencial natural e patrimonial, em grande parte baseado na Serra da Lousã e em elementos identitários como as Aldeias do Xisto, as Ermidas da Sra. da Piedade ou o Castelo de Arouce. Nesta edição damos-lhe alguns motivos para se deixar surpreender, ainda mais, por este território.

Incluído no Complexo da Sra. da Piedade, o Castelo de Arouce pertence a uma das primeiras linhas defensivas criadas para controlar os acessos meridionais a Coimbra, na segunda metade do século XI, revestindo-se assim de grande importância, não apenas na história do município, como na história do próprio país. Classificado como Monumento Nacional, que integra a Rede de Castelos e Muralhas do Mondego, o Castelo de Arouce foi mandado construir pelo moçárabe Sesnando Davides, em 1064, quando é nomeado governador de Coimbra.

Em 2019, a necessidade de melhorar as condições de visitação ao castelo, leva a autarquia a intervir no sentido da sua acessibilidade. O Castelo é devolvido à população com um Centro de Interpretação e Acolhimento, que além de facultar informação relevante sobre o castelo, presta também informação turística sobre o concelho. E é exatamente com o intuito de promover a dinamização do património histórico-militar do concelho e de dar a conhecer o seu potencial a quem o visita, que a Câmara Municipal da Lousã e agentes locais, têm vindo a desenvolver um conjunto alargado de iniciativas. A marca deixada pelas invasões francesas é um dos recursos turísticos atuais, utilizados para a elaboração de pacotes turísticos, também no âmbito do projeto “Marcos Históricos – Invasões Francesas”, da CIM Região de Coimbra. Em Foz de Arouce, ao pé da ponte que atravessa o rio Ceira, existe um obelisco que marca um episódio decorrido durante a 3.ª Invasão Francesa. Por ocasião da retirada do exército napoleónico teve lugar um recontro militar, mais conhecido como o Combate de Foz de Arouce, entre franceses (na sua retirada) e anglolusos, em 15 de março de 1811.

O Concelho da Lousã possui um vasto património histórico e cultural genuíno que, aliado à paisagem natural e outros recursos endógenos, fazem deste concelho um lugar aprazível para visitar. Presentemente, o património monumental natural e arquitetónico, os eventos e equipamentos culturais, a gastronomia as praias fluviais e as Aldeias do Xisto, constituem uma oferta diversificada rica e estruturada. Por isso, motivos não faltam para preparar uma próxima escapadela à Lousã. Nós aconselhamos o seguinte roteiro: Inicie o percurso na vila e visite, por exemplo o Museu Etnográfico Dr. Louzã Henriques e a sua coleção etnográfica, ou ainda o casco urbano antigo da vila, até ao Largo da República ou da Travessa. Pelo caminho, observe o edificado de onde se destacam as casas do séc. XVIII, o Edifício dos Paços do Concelho, o Pelourinho da Lousã, a Igreja Matriz, a Capela da Misericórdia (do séc. XVI), ou ainda o Palácio dos Salazares.

A partir daqui pode rumar até ao Complexo Turístico da Sra. da Piedade. Pela Fábrica de Papel do Penedo, seguindo o PR1, ao longo da Ribeira de S. João, ou pela Rua de S. João, até ao Cabo do Soito, onde se inicia o Circuito Pedonal, mirante natural em toda a sua extensão. Há ainda os diversos Percursos Pedestres que levam às Aldeias do Xisto de Cerdeira, Candal Talasnal, Casal Novo e Chiqueiro, ou ainda ao alto do Trevim a 1204 metros de altitude.

Há ainda que destacar a oferta gastronómica, que deve ser degustada sem pressas. A Chanfana, 7.ª Maravilha da Gastronomia, está presente nos estabelecimentos de restauração. Aqui e ali, cabrito, veado e javali são também alguns pratos que poderá apreciar, tal como a Tigelada, sobremesa própria destes territórios de cabras e ovelhas.