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A Play Planet é uma empresa que se dedica à transformação de qualquer ideia num conceito sólido, acompanhando todo o ciclo criativo, desde a construção até à manutenção. Apesar de estar mais associada à construção de parques infantis, esta empresa presta serviços na construção de todo o tipo de espaços de lazer. Milva Maggioni, CEO e diretora criativa da Play Planet, falou à Mais Magazine sobre os objetivos, os trabalhos realizados e o balanço dos 13 anos de atividade da sua empresa.

Porque decidiu embarcar na aventura da Play Planet, em 2010?
A maior parte das empresas do nosso setor procura clientes para os seus produtos, de forma a escoar o que têm para vender. Porventura devido à minha formação em arquitetura paisagista, sempre achei esta abordagem ao espaço público bastante pobre e um desperdício de oportunidade para fazer algo verdadeiramente relevante. Vender “soluções a metro” não dignifica os espaços, não lhes oferece carisma nem identidade. Cada projeto é um projeto, e, tal como qualquer indivíduo, tem a sua história, o seu enquadramento, o seu público, as suas necessidades e condicionantes. Ora, ao fim de 12 anos de atividade profissional, tinha elaborado várias ideias que queria colocar em prática, nomeadamente o desenvolvimento de conceitos fortes e distintos para o espaço público. E a vontade de criar uma empresa que funcionasse ao contrário das demais: identificando as necessidades do cliente, e oferecendo soluções que respeitem a cultura e a história local, bem como o seu enquadramento paisagístico e social. Afortunadamente, as minhas colegas e amigas, Ana Correia e Mafalda Antunes, partilhavam das mesmas ideias e motivação, pelo que decidimos, juntas, constituir a Play Planet. De forma simplista, pode dizer-se que enquanto outras empresas oferecem um “pronto-a-vestir”, tentando vestir os espaços com um conjunto disponível, mas impessoal, de produtos, o nosso objetivo, sempre foi o de atuar como um alfaiate, compondo o melhor fato para cada situação específica, surpreendendo sempre de forma positiva.

Qual a vossa missão que rege o trabalho realizado pela empresa?
Temos como missão sermos a empresa de eleição para a concepção de produtos e espaços de vanguarda, a que melhor identifica as necessidades do cliente e as satisfaz globalmente, muito para além das expectativas, consolidando a nossa posição e líder de mercado. Surpreender, sempre, pela positiva, claro. Entre os nossos valores destacamos a paixão pelo que fazemos; a criatividade e a qualidade das nossas soluções; a flexibilidade para ir de encontro às necessidades do cliente, mesmo as mais complexas e improváveis; o profissionalismo e o rigor técnico pelo qual nos pautamos sempre; bem como a determinação e Integridade da nossa equipa, buscando persistentemente um serviço de excelência. Acreditamos que não existem projetos ou solicitações impossíveis. Aliás, o nosso lema é: “Projetos Complicados? Damos resposta rápida; Projetos impossíveis? Demoram um pouco mais”.

Fale-nos sobre todos os produtos que a vossa empresa está disponível para produzir para os clientes?
A Play Planet é mais conhecida pelos seus projetos de parques infantis, mas isso é na verdade uma pequena parte do que fazemos. Ao longo da nossa história temos trabalhado nos mais diversos tipos de projetos, públicos e privados. Dos quais destacamos, por exemplo, parques temáticos, museus interativos, espaços desportivos, parques aquáticos, parques caninos, incluindo todo o tipo de mobiliário urbano, nomeadamente inteligente, ecológico e interativo e até peças meramente artísticas como esculturas. Na verdade, estamos aptos para conceber qualquer produto e/ou conceito Play in Art ®, independentemente do tipo e da sua dimensão, e a promover a sua construção e instalação, em Portugal ou no estrangeiro, oferecendo um serviço “chave-na-mão”.

Quais os trabalhos que produziram e que guarda com maior carinho e que gostava de destacar?
É muito complicado escolher um projeto entre os vários que temos realizado. Os desafios são tantos, e tão distintos, que não são facilmente comparáveis. No entanto, um dos mais marcantes, talvez por ser o primeiro de grande dimensão, foi o da praia artificial de Mangualde em 2011. Éramos então uma jovem empresa e assumimos o compromisso que ninguém se atrevera a aceitar: Projetar e construir todo o recinto de uma praia artificial com edifício de restaurante com 120 lugares sentados e 5 balcões de “fast food”, uma praça de restauração coberta, 2 bares de praia de apoio aos banhistas, 5 tasquinhas, um edifício VIP com terraço panorâmico, várias lojas, um pórtico de entrada com uma bilheteira e dois frontões principais, um parque infantil, 2 palcos para concertos e espetáculos, uma vigia para nadador salvador, uma área concessionada “Beach Lounge” com 12 camas de Bali e ainda todos os espaços verdes do recinto bem como apoio na decoração de todo o recinto e na promoção e dinamização de alguns eventos, em apenas 90 dias. Fomos suficientemente arrojadas para acreditar que seríamos capazes de aceitar este desafio e cumpri-lo, e realmente assim foi. Depois de muito trabalho e dedicação, a praia abriu como previsto, cumprindo escrupulosamente o curtíssimo período de execução que nos foi solicitado. A Play Planet demonstrou que com trabalho árduo, um rigoroso planeamento e, mais que tudo, uma coordenação exemplar de uma equipa incansável e motivada, nada é impossível. Isso foi uma enorme motivação para seguirmos em frente, e para abraçarmos todos os projetos, mesmo os que nos parecem à partida complicados de gerir, com a mesma mente aberta, disponibilidade e certeza que conseguiremos atingir todos os nossos objetivos. Nesse aspeto, acabou por ser um projeto inspiracional. De resto, cada projeto é valorizado da mesma maneira, seja de grande ou pequeno volume. Desde as ilhas flutuantes nos Emirados Árabes Unidos, à boneca dos Namorados de Vila Verde, ao Pinóquio da Amadora, ao Parque Inclusivo do Campo Pequeno, ao parque temático do Montijo, todos eles nos deixam com o mesmo sentimento de dever cumprido, satisfação e orgulho.

Vocês atuam apenas no mercado nacional ou também internacionalmente?
A Play Planet atua no mercado nacional, e em várias áreas/segmentos. Desde entidades públicas e privadas como municípios, escolas, hotelaria, centros comerciais, associações recreativas, clubes desportivos, condomínios, hospitais, museus, até hipermercados e restauração. Da mesma forma, e nos mesmos segmentos, operamos também fora de Portugal, por vezes através de parceiros locais, caso por exemplo de Hong Kong onde temos um distribuidor da nossa marca Play in Art®, ou diretamente através da nossa equipa comercial e de exportação. Nesse sentido, temos realizado projetos um pouco por todo o Mundo, desde a Austrália, Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Egito, Turquia, Hong Kong, Angola, Moçambique, bem como em diversos países Europeus.

Qual o balanço que faz destes 13 anos de atividade?
O balanço é extremamente positivo. De uma empresa de 5 pessoas, em 2010, passámos para 32, em 2023. Fomos crescendo de forma sustentada, com muitos sonhos por realizar, mas com os pés bem assentes na terra. No entanto, este percurso não se traduz numa viagem fácil e isenta de obstáculos, mas antes em um caminho com muitas pedras. A crise financeira em Portugal de 2010-2014, apanhou-nos mesmo no início da criação da empresa. Contudo, numa altura do pico da crise, em que o judiciário local declarava cinquenta e duas falências por dia, soubemos ter a perseverança para acreditar, trabalhar e dar os passos certos. Com a chegada da pandemia do coronavírus no início de 2020, a economia portuguesa foi novamente fortemente atingida e as consequências logo começaram a ser sentidas pelos cidadãos e pelas empresas. Foi mais um contratempo, absolutamente inesperado. No nosso sector muitos projetos ficaram “congelados”, aguardando melhores dias. Agora, o conflito entre a Ucrânia e a Rússia, veio também desestabilizar o mercado, seja pela dificuldade no acesso a matérias-primas, quer pelos aumentos desenfreados dos custos de materiais, transportes e energia. Apesar de tudo isto, temos conseguido manter-nos operacionais e em crescimento, sempre motivados e acreditando num futuro melhor. Penso que esta atitude de resiliência também nos define, e está no nosso ADN.