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Quando se pensa numa revista que pretenda divulgar o que de melhor tem um país, apostar no Património Mundial distinguido pela Unesco parece uma escolha óbvia. Sobretudo quando falamos de Portugal, com uma tão longa história. Só referindo os sítios já inscritos, são 17, começando a norte no Santuário do Bom Jesus em Braga, e nos Centros Históricos do Porto e de Guimarães. Pelo Douro adentro encontramos mais dois – o Alto Douro Vinhateiro e as Gravuras Rupestres do Vale do Côa. Este último a remeter-nos para a pré-história, onde os oito séculos de história de Portugal parecem um suspiro diante de registos gravados na pedra com mais de 20 mil anos.

Já no centro temos a Universidade Coimbra – Alta e Sofia, os Mosteiros da Batalha e de Alcobaça e o Convento de Cristo em Tomar. Mais perto de Lisboa, visitamos o imponente Palácio Nacional de Mafra e ali perto a fabulosa Paisagem cultural de Sintra. O Mosteiro dos Jerónimos e a Torre de Belém garantem a presença da capital na lista. Lugar ainda para o Alentejo, com o Centro Histórico de Évora e Elvas e suas Fortificações.

As ilhas estão também representadas com a Floresta Laurissilva na Madeira, a Paisagem da Cultura da Vinha da Ilha do Pico e a Zona Central da Cidade de Angra do Heroísmo nos Açores.

Há ainda muitos outros sítios listados cujas candidaturas são legítimas e estão em condições de alcançar a mesma distinção. E para além destes sítios temos ainda o Património Mundial de Influença Portuguesa, espalhado pelo mundo. Sem sair do país, temos ainda o Património Cultural Imaterial, ou seja, o Fado, a Dieta Mediterrânica, o Cante Alentejano, a Falcoaria, o Figurado de Estremoz, o Carnaval de Podence, o Fabrico de Chocalhos e a Olaria de Bisalhães.

E mais uma vez, convém referir muitas outras candidaturas na calha, a começar pela nossa capa com a Festa dos Tabuleiros de Tomar. Espera-se que a realização da festa, este ano, cumprindo a sua periodicidade de quatro em quatro anos, possa dar o impulso necessário para colocar no papel aquilo que “o povo já sente”, como me disse em tempos um autarca de Tomar.

Achei relevante listar o Património existente para que se perceba o trabalho já feito, ao nível das candidaturas, do seu restauro e da conservação. Há muito mais Património, é uma evidência. O importante é preservá-lo, valorizá-lo e divulgá-lo, só assim continuará a ser “de todos”.