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A Grupeixe, empresa fundada pela família Cachide, existe já há cerca de 30 anos e orgulha-se de, desde 2019, possuir maior quantidade de bacalhau da Islândia em Portugal. Desde sempre que a empresa procura ser reconhecida pela qualidade do produto que oferece, oferecendo aos seus clientes um bacalhau de excelência.

Em entrevista à Mais Magazine, Nuno Araújo contou-nos como é que foi o seu trajeto até chegar à posição de CEO da Grupeixe. “Já trabalhava para a VSV desde 2013, desempenhando funções comerciais nos mercados do sul da Europa, África e América do Sul. O meu contacto com o bacalhau era natural, pois vendia essa matéria-prima à indústria portuguesa. Com a compra da Grupeixe, propuseram-me ad[1]ministrar a empresa e já passaram mais de três anos. Para já, o nosso foco é aprender e melhorar. É isso que tenho procurado fazer”, começou por dizer.


A Grupeixe está no mercado há cerca de 30 anos a produzir bacalhau salgado seco tradicional. Em 2019 a Grupeixe foi adquirida pela Vinnslustöðin hf (VSV), u empresa de pesca islandesa, com 76 anos de existência. Com a sua compra, Nuno Araújo explicou que mantiveram todos os postos de trabalho e deram “início a uma alteração estratégica, sem esquecer a qualidade do produto feito até então”. Com a chegada da Vinnslustöðin hf, a Grupeixe passou a ser a única empresa, em Portugal, que detém absoluto controlo de todo o processo, desde a pesca até ao produto final. Para o CEO, “esta é uma vantagem competitiva e dá segurança aos nossos clientes. Além disso, sabemos que quantidade temos de bacalhau disponível para todo o ano. Logo, tranquiliza os nossos clientes. Refiro-me apenas ao bacalhau Islândia, pois a VSV é a empresa que mais bacalhau salgado tradicional produz e exporta para Portugal”.

Segundo os dados mais recentes disponíveis, a Grupeixe detém mais de 40% de quota de mercado do bacalhau Islândia em Portugal, números que são muito significativos. “É curioso que uma empresa islandesa tenha investido em Portugal, após muito estudo e reflexão. A VSV nasceu há 76 anos e desde a sua fundação nunca deixou de produzir bacalhau salgado. Está no seu sangue, na sua identidade. Como se costuma dizer na Islândia, a vida é bacalhau salgado…”, visou Nuno Araújo.

As unidades industriais de bacalhau portuguesas diferenciam-se pela aposta nas mais diferentes tecnologias e, nesse sentido, a Grupeixe está a fazer um esforço, de modo a modernizar os processos de gestão, investir em tecnologia, conhecimento e pessoas. Nuno Araújo afirmou ainda que o “processo de transformação do bacalhau é relativamente simples, mas requer paciência, controlo das etapas e, claro, muita paixão. Julgo serem bons ingredientes para os altos padrões de qualidade que referiu”.

Questionado acerca de todas as etapas desde a origem do bacalhau até à mesa dos portugueses, Nuno Araújo explicou- -nos, ao mais ínfimo pormenor: “Primeiro, concentramos os nossos esforços de pesca entre fevereiro e maio, antes da desova, altura em que o peixe é mais gordo e como os portugueses preferem. Para além da pesca e da correta evisceração a bordo, conseguimos levar rapidamente o peixe para a nossa fábrica nas ilhas Westman. Então, é aí que o escalamos e salgamos. Será o tempo a fazer o seu trabalho ao mantermos o bacalhau em sal até à sua maturação ideal. Habitualmente são três meses, no mínimo. Quanto mais tempo em sal, melhor, para o bacalhau ficar bem curado, com aquele tom amarelo palha. Com o bacalhau já na Grupeixe, é secar e garantir menos de 47% de humidade. Isto é muito importante e o consumidor deve prestar atenção a este aspeto. Pegue no bacalhau pelo “cachaço” e, se dobrar, não estará conforme. Ao escolherem um bacalhau, vejam o grau de secagem e a cor. Desconfiem quando é demasiado branquinho. Se assim for é porque esteve pouco tempo em sal, ou está carregado de aditivos”. Contudo, apesar de serem uma empresa detida por islandeses, isso não significa que não tenham bacalhau proveniente de outras regiões, como é o caso da Noruega. Tal como o seu CEO nos confirmou, a Grupeixe tem outros parceiros, em que o produto passa pelas mesmas etapas.

Na Grupeixe, a sustentabilidade e a pegada que deixam no ambiente é um aspeto muito importante e como tal, a empresa investiu fortemente na sua frota de pesca, de modo a reduzir a pegada de carbono, ao ter embarcações mais eficientes. A aposta na pesca ao largo da costa das ilhas Westman faz com que reduza bastante a pega[1]da ambiental. Além disso, Nuno Araújo explica que o “sistema de quotas e as certificações de Pescas Responsáveis e MSC, controladas por organismos independentes, fazem com que esta questão seja de extrema relevância”.

Estamos em novembro, a cerca de um mês de uma das alturas mais desafiantes para a empresa, o Natal. A procura pelo bacalhau aumenta nestes meses que antecedem o Natal e a Grupeixe vai reunir todos os esforços possíveis, para providenciar o melhor aos seus clientes. “Os nossos clientes confiam em nós, pois, neste aspeto, garantimos a quantidade que necessitam. A noite de Natal é especial e a nossa preocupação é que não falte na mesa dos portugueses”, rematou o CEO da Grupeixe.