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Há 77 anos que a missão da associação empresarial AORP – Associação de Ourivesaria e Relojoaria em Portugal – passa pela representação, apoio e defesa dos seus associados, “prestando-lhes suporte jurídico e internacional, mas também ajuda em consultoria financeira, ou de comunicação e imagem”. Além disso, Fátima Santos, a sua Secretária Geral, destaca que, ao longo do tempo, “a joalharia portuguesa tem vindo a afirmar-se na fileira da moda portuguesa, devido à realização de parcerias e ações conjuntas com os congéneres do setor têxtil, vestuário e calçado”. Aliado a isso têm reunido esforços para “serem um motor de crescimento e de valorização da marca coletiva Portuguese Jewellery, a nível global”, através do desenvolvimento de campanhas de promoção e de ações de apresentação coletiva, que se aproximam dos “cânones, linguagens e dinâmicas da moda” deste ramo.

Exemplo desta aposta foi o recente lançamento da campanha internacional, apresentada na ExpoDubai, cujo mote era a “Travessia” e tinha como intuito “mostrar como a joalharia portuguesa tem vindo a investir na inovação e na adaptação ao novo contexto do consumo global, sem perder a ligação às raízes, à essência da manualidade e da tradição, aliada aos conceitos de comércio justo e sustentabilidade, que são os novos cânones do mercado global”. Fátima Santos assume o desejo de dentro de cinco anos ser alcançada “uma taxa de crescimento de exportações de 10% no mercado asiático, e por isso quer fazer desta “Travessia uma forma de se aproximar a essas expectativas”. Já que se abordam os dados, importa salientar que, neste capítulo, “os números de certificações das peças conferem bons indicadores, pois mais de 4,5 milhões de peças de joalharia foram certificadas, ou seja, mais um milhão de peças do que em 2020, o que representa um crescimento de 28,6%”.

Esta mudança justificada pela evolução e diversidade de oferta “atrai novos públicos” e permite o alargamento em escala de novos horizontes. Assim, proporciona a “valorização do método tradicional”, onde as joias são trabalhadas de modo artesanal ou manual, mas também facilita o posicionamento das marcas de luxo e, por fim, propicia o fenómeno em ascendência das marcas nativas digitais, de joalharia contemporânea, mais acessíveis e de “daily use”, que se tornam verdadeiras “love brands”. Esta situação exponencial também deriva dos encontros internacionais, como a Portojóia. Para a Secretária da AORP, este evento é uma “plataforma importante de geração de negócio, observação, contacto e aprendizagem, que provoca uma visibilidade notória, não só para as marcas e empresas mais consolidadas, como também para os talentos emergentes”