Maria João Almeida, wine writer e consultora de vinhos, é o rosto por detrás da primeira associação dedicada ao Enoturismo, criada em Portugal, a APE-NO – Associação Portuguesa de Enoturismo. Com apenas dois anos, a APENO veio preencher a necessidade premente de se congregar a oferta deste setor em Portugal e contribuir para afirmar o seu contributo e relevo na economia portuguesa. “A APENO surgiu devido à necessidade de organizar o setor. Fala-se muito de Enoturismo, mas nada se tem feito realmente para organizar o setor. Não sabemos no total quantas empresas praticam enoturismo, quantos empregos gera, que lucro gera para o país, entre outros números importantes para perceber e trabalhar melhor o setor”, começa por explicar Maria João Almeida. Assumindo como um dos seus principais objetivos dar expressão ao Enoturismo em Portugal, envolvendo toda a cadeia de valor, afirmando-o como um setor de relevo na economia portuguesa, e fomentando a sua internacionalização, a APENO tem realizado inúmeras iniciativas e reunido com os grupos parlamentares de forma a chamar a atenção para a questão da organização do setor. “Queremos um CAE e um código IRS e queremos regras de orientação específicas para o setor. Enquanto não alcançamos este objetivo, estamos a avançar com um estudo aprofundado com universidades parceiras para estudar e perceber melhor o setor”. Além disso, a associação conta ainda com serviços gratuitos para os seus associados, como a bolsa de emprego, a que podem recorrer para arranjar profissionais especializados nesta área, um gabinete de apoio e ainda formações periódicas. “Estamos a fazer muita coisa, e por essa razão é que o número de associados está a crescer cada vez mais. As pessoas estão cansadas de mais do mesmo e nós viemos dar um passo em frente”, afirma.
Impacto do Enoturismo na economia
Para Maria João Almeida é inquestionável o papel de relevância que este setor representa na recuperação do turismo em Portugal no período pós-pandémico e, por isso, ressalva a necessidade urgente do Governo investir na organização deste setor. “Não investir na organização do setor é um enorme erro do governo. É uma pena que sejam as empresas e associações empresariais como a APENO a ser o motor desta mudança sem apoio nenhum dos organismos oficiais responsáveis por estas questões”. Fundada por profissionais e personalidades, com vastos e sólidos conhecimentos da realidade dos dois setores, e já com uma estratégia bem definida para o Enoturismo, a associação deixa, para o futuro, a garantia de continuar a trabalhar na organização e promoção deste setor tão importante para a economia nacional.