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O número significativo e a variedade de monumentos, conjuntos e sítios portugueses inscritos na Lista do Património Mundial da UNESCO, desde notáveis monumentos individuais a paisagens culturais e centros históricos únicos, são um reflexo da elevada importância cultural de Portugal no Mundo.

Atualmente, estão inscritos como património da humanidade 1199 bens, localizados em 168 Estados. Na tabela que quantifica o número de bens inscritos em cada país, Portugal ocupa a 18ª posição. Todos os países com maior número de bens inscritos (encontrando-se entre os cinco primeiros a China, a Itália, a Espanha, a Alemanha e a França) apresentam um território consideravelmente superior ao de Portugal. Por outro lado, nenhuma nação com a dimensão territorial comparável à do Estado Português apresenta um número igual ou superior de bens inscritos na Lista do Património Mundial. Se somarmos aos 17 bens imóveis portugueses inscritos nessa lista (*) os 26 monumentos, conjuntos e sítios de origem (ou com influência) portuguesa, existentes em outros países, que também são considerados património da humanidade (constituindo exemplos: a Cidade Velha, em Cabo Verde; o centro histórico de Olinda, no Brasil; a Ilha de Moçambique; as Igrejas e Conventos de Goa, na Índia, ou o centro histórico de Macau) teremos então a noção da real dimensão planetária da nossa relevância cultural, em termos de património imóvel.

Relativamente ao património cultural imaterial, a lista da UNESCO é constituída por 611 elementos em 140 países. Portugal tem sete manifestações inscritas na Lista Representativa do Património Cultural Imaterial da Humanidade (**), de destacada diversidade, que ajuda a demonstrar a relevância do país no contexto mundial.

Porém, o orgulho que temos pela nossa História e pelos seus testemunhos físicos e imateriais, não nos impede de compreender e participar na principal dimensão proposta pela UNESCO para a criação da Lista do Património Mundial, que é a de contribuir para o diálogo intercultural e fomentar a paz entre os povos.

A UNESCO foi criada, em 1945, após a Segunda Guerra Mundial, no seio da Organização das Nações Unidas (ONU), para “contribuir para a manutenção da paz e da segurança ao estreitar, pela educação, pela ciência e pela cultura, a colaboração entre as Nações”. Em 1972, ao aprovar a Convenção para a proteção do património mundial, cultural e natural, teve presente que “o desaparecimento de um bem do património cultural e natural constitui um empobrecimento efetivo do património de todos os povos do mundo”.

Em 2003, com a aprovação da Convenção para a salvaguarda do património cultural imaterial, incluindo as tradições vivas, foi dado um importante passo para contrariar as graves ameaças de degradação, desaparecimento e destruição deste tipo de património.

Na situação atual, de surgimento de sinais preocupantes de intolerância e desconfiança relativamente ao “outro”, convém lembrar que o património cultural e natural localizado no território de outras nações também constitui o nosso património coletivo.

É neste quadro, de valorização do que temos de melhor e de respeito pela cultura e pela identidade dos outros povos, que Portugal tem trabalhado e continuará a dar o seu contributo empenhado.