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A Doolibar está nas bocas do mundo pelos melhores motivos. Falamos de uma empresa com apenas quatro anos de existência, mas que rapidamente conseguiu alcançar um lugar de destaque no mercado. Em entrevista, Luís Mila (CEO), descreve a Doolibar como uma marca “jovem e atrevida” e revela que para o futuro tem em vista a criação de novos lagares em Trás-os-Montes.

A cultura do azeite encontra-se profundamente enraizada na família Mila. Luís nasceu em Trás-os-Montes e lembra-se de ver, desde muito jovem, os seus parentes a dedicarem-se a esta área de negócio. Aliás, foi através destes que o empresário aprendeu tudo o que hoje sabe sobre esta atividade. Porém, quando decidiu lançar-se no mercado com o seu próprio projeto, a Doolibar, Luís Mila sentiu a necessidade de expandir horizontes, isto é, de aliar aos conhecimentos transmitidos de geração em geração, toda uma nova visão do negócio, mais inovadora e que pudesse servir-se do auxílio das novas tecnologias.

É neste contexto que, em meados de 2019, surge em Macedo de Cavaleiros a Doolibar, com o intuito de oferecer azeites e óleos alimentares de elevada qualidade, produzidos com excelência e com capacidade para superar as expetativas dos consumidores. “Quando iniciei este projeto quis fugir às diretrizes que eram impostas pelo mercado naquela altura. Decidi criar uma empresa com uma mentalidade mais jovem”, começa por contar. Até porque, para o entrevistado, este é um dos maiores desafios que o setor enfrenta atualmente, “a maioria dos olivicultores, nomeadamente de Trás-os-Montes, encontram-se na faixa etária dos 60/70 anos. Contam-se pelos dedos da mão os olivicultores com menos de 30 anos” e, por este motivo, “o mercado continua a ser dominado pelas empresas que já lá estão há muito tempo”. Ainda assim, o CEO da Doolibar acredita que esta nova geração de olivicultores tem muitas cartas para dar neste meio, pois olham para o negócio do azeite na totalidade, ou seja, “não basta apenas produzir azeite com qualidade. É extremamente importante tratar do produto com carinho, ter em atenção todos os detalhes como, por exemplo, o ‘design’ da garrafa onde o colocamos”, explica.

As marcas que têm feito furor no mercado

Atualmente a Doolibar dedica-se a quatro grandes áreas de atividade: o azeite, os óleos alimentares, o emba-lamento e a produção de biodiesel e possui mais de 20 marcas registadas, sendo que algumas delas são líderes de mercado. Além disso, a empre-sa opera em três continentes: África, América do Sul e Europa e conta com instalações de embalamento em An-gola, Colômbia, Espanha e Portugal. Relativamente ao conceito, Luís Mila explica que o objetivo passa por “criar uma identidade própria para cada seg-mento de mercado.” Em Espanha, por exemplo, tem sido implementada a marca Frimi que, segundo o empresário, tem tido ótima aceitação junto dos clientes. Já em Portugal, as marcas Olvila e Flor têm, igualmente, “uma grande rotação de mercado”. Quanto à primeira, a Olvila, trata-se de uma marca de óleos alimentares que se destaca devido à qualidade e variedade dos seus produtos que são produzidos segundo os mais altos padrões de qualidade e segurança alimentares, incluindo: Óleo de Girassol, Óleo de Sementes, Óleo de Alto Rendimento e o famoso Tempero Português. No que diz respeito ao Azeite Flor, este tem como missão levar azeites excecionais para a mesa dos amantes da gastronomia, oferecendo-lhe a pureza e a qualidade que merecem em cada garrafa Flor. Esta marca oferece uma linha distinta de azeites de alta qualidade, cada um com caraterísticas e sabores únicos. Até ao momento, são três as variedades de azeite: Azeite Virgem, Azeite Virgem Extra e Azeite Clássico.

O mais recente lançamento: Lagar do Gaiato

O Lagar do Gaiato era propriedade de um antigo fornecedor da Doolibar. Falamos de um local onde existem cerca de 14 mil pés de oliveiras que, de momento, estão a ser recuperados. Este lagar apresenta inúmeras vantagens, entre as quais, o facto de ser possível ter um maior controlo sobre todo o processo de produção, desde a colheita das azeitonas até ao engarrafamento do azeite; garante uma maior qualidade, tendo em conta que é equipado com as mais avançadas técnicas de extração de azeite, permitindo manter o saber e os benefícios nutricionais das azeitonas em cada gota do azeite; e beneficia das melhores condições para a produção, sobretudo ao nível do solo e do clima. Nesta marca está a ser implementada a grande distribuição que visa levar um pouco da região de Trás-os-Montes às grandes superfícies comerciais, isto porque se verificou que esta zona não se encontrava representada a grande escala nas estantes dos supermercados nacionais. Importa salientar também que o Azeite Gaiato já se encontra à venda no continente americano e também no africano, com o azeite de primeiro preço: o Azeite Gaiato Clássico. Em Portugal, está a ser lançada neste mês de dezembro uma edição especial do Azeite Gaiato – 1934 – para celebrar a renovação total feita na quinta. Assim, para Luís Mila, a adição deste lagar à empresa foi fundamental para que esta conseguisse estar inserida em toda a cadeia de valor.

As mais-valias do consumo do azeite

Falar do azeite, é falar de óleo vegetal extraído da azeitona, o fruto da oliveira. Isto faz do azeite o único óleo vegetal 100% natural que pode inclusive ser consumido diretamente após a sua extração (no chamado “estado virgem”) sem qualquer alteração, conservando todos os constituintes. Trata-se de um produto natural que conserva inalterados os componentes e propriedades químicas, biológicas e organolépticas da azeitona enquanto fruto. Ora, o consumo de azeite de oliva, principalmente quando usado para substituir produtos ricos em gorduras saturadas como, por exemplo, a manteiga e a margarina, traz inúmeras vantagens para o coração. Além de fortalecer a construção muscular, possui uma ação oxidante que auxilia no controlo do colesterol. Atua ainda como anti-inflamatório e fortalece o sistema imunológico, tendo em conta que possui um composto anti-inflamatório, o oleocanthal.

A região de Trás-os-Montes e a chave para o sucesso

Apesar de assumir que Portugal usufrui das melhores condições para a produção de azeite de excelência, Luís Mila considera que na região de Trás-os-Montes os azeites são “únicos e, ao mesmo tempo, mais maduros”, o que lhes confere um “toque especial, em que é possível sentir o sabor antigo”, explica. Aliás, para o entrevistado, o segredo para o sucesso da Doolibar tem sido esta aliança entre a tradição e a inovação. E por falar em segredo para o sucesso, também o espírito de equipa que se faz sentir na Doolibar tem sido determinante para as inúmeras conquistas que a empresa tem alcançado. “Na Doolibar todos vestem a camisola. Tenho uma equipa muito unida, somos quase como uma família”, reitera o entrevistado. Por isso, a empresa preocupa-se em oferecer as melhores condições de trabalho, apoio pessoal e construir laços com os seus colaboradores. Nos últimos tempos a empresa cresceu significativamente e, por esse motivo, agora emprega dezasseis pessoas em tempo integral.

Por um planeta melhor

Neste momento, o departamento de I+D+I da empresa está a trabalhar no sentido de melhorar alguns processos no lagar pois, tal como nos conta Luís Mila, existem muitos subprodutos que poderiam ser aproveitados no olival ou até mesmo como biomassa. Além disso, está a ser estudada a possibilidade de produção das suas próprias embalagens de plástico 100% reciclado. “O nosso objetivo principal é poupar mais o planeta ao invés de o mal tratar com a nossa indústria”, reforça o CEO. Posto isto, a Doolibar pretende ser uma empresa ecologicamente sustentável, fazendo o cálculo da sua pegada em cada processo e plantar olival até que o saldo ecológico esteja a seu favor.

Visão sobre o futuro do setor e da empresa

Embora se tenha mostrado algo apreensivo relativamente ao futuro do setor, tendo em conta que existem “cada vez menos pessoas, sobretudo jovens, a quererem trabalhar no campo”, Luís Mila está orgulhoso do caminho que a sua empresa tem traçado num meio altamente competitivo, “apesar da Doolibar ser uma empresa jovem, já começa a ter a sua estabilidade e a mostrar-se confiante no mercado, impactando-o de forma muito positiva”. No que diz respeito aos projetos a desenvolver nos próximos cinco anos, o empresário revela que pretendem dar continuidade à criação de vários lagares para que a Doolibar consiga ter a sua própria identidade em todos os azeites que produz e embala. O futuro passa igualmente pela plantação de olival. “Existe a necessidade da cultura da oliveira e da criação/renovação de lagares para poder extrair o melhor azeite que existe na nossa região”, salienta.

Votos de Feliz Natal

Por fim, Luís Mila aproveitou para deixar uma mensagem de Natal a todos os seus familiares, amigos, colaboradores e clientes: “desejo a todos vós um Feliz Natal! Espero que tenham a possibilidade de reunir as pessoas que mais amam à volta da mesa, mesa essa repleta de boa comida, sem esquecer da companhia do nosso azeite Doolibar.”