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Antes de mais agradeço o convite da “Mais Magazine” e saúdo o mote desta edição especial. De facto, o sindicalismo é “de pessoas para pessoas”, mas estas “pessoas” assumem  um  papel  fundamental  na  nossa  sociedade:  produzem  a  riqueza,  são  trabalhadores. É  nesta  condição,  de  trabalhador,  que  ganha  força  a  organização  no  sindicato,  fazendo com que a parte mais desprotegida não esteja isolada na relação laboral. Num tempo marcado pelo aumento dos lucros, das desigualdades e da exploração,  torna-se  imperiosa  a  necessidade  de  valorizar  o  trabalho  e  os  trabalhadores,  nomeadamente através de um aumento geral e significativo dos salários. Ao contrário do que alguns referem, o aumento dos salários em 15% com um mínimo de 150€ para todos os trabalhadores como reivindica a CGTP-IN, é possível. Basta  constatar  que,  só  nos  primeiros  seis  meses  do  ano,  20  dos  maiores  grupos  económicos no nosso país tiveram lucros líquidos diários superiores a 25 milhões de euros. Um aumento possível que exige outra distribuição da riqueza. Um aumento necessário perante a subida dos preços e do custo de vida, mas também como parte de um novo e verdadeiro modelo de desenvolvimento que traga melhorias e prosperidade para os criam a riqueza. Um aumento urgente num tempo em que há mês a mais para o salário, em que muitos são obrigados a emigrar para encontrar no estrangeiro o que lhes é negado no nosso país: estabilidade laboral, reconhecimento das suas competências e profissões, direito a uma carreira e um nível salarial digno. O repto que lançamos aos trabalhadores que nos lêem é o de participarem activamente na vida dos seus sindicatos e, para aqueles que ainda não o fizeram, que se sindicalizem. Na CGTP-IN encontrarão sindicatos que não aceitam as “inevitabilidades” que o  capital  quer  impor,  que  não  aceitam  que  num  tempo  de  avanços  na  ciência  e  nas tecnologias, em que os níveis de produção da riqueza atingem patamares sem precedentes, se tente impor às novas gerações de trabalhadores uma vida pior que a que têm os seus pais. Sindicatos de trabalhadores para trabalhadores, portadores de um projecto sindical único que nasceu nas empresas e locais de trabalho por vontade e acção dos trabalhadores. Um projecto sindical que não vira as costas à luta, porque sabe que é a força organizada dos trabalhadores o motor das transformações que os trabalhadores reivindicam, as populações exigem e o país precisa.