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Portugal é reconhecido pela sua grande tradição no setor vinícola e Vila Franca de Xira é uma das localidades do país onde se podem encontrar vinhos de qualidade reconhecida. A Quinta de Subserra e a Quinta das Hortênsias são as propriedades vinícolas responsáveis pela produção do vinho da região e da promoção de atividades relativas ao enoturismo, tal como conta à Mais Magazine o próprio município.

Qual a tradição de produção vitivinícola de Vila Franca de Xira?

A história dos vinhos no concelho de Vila Franca de Xira tem origem em pequenas produções que visavam essencialmente o consumo particular, em pequena escala ou para festividades. No caso particular da Quinta de Subserra, que as suas origens remontam ao Séc. XVII, teve sempre produção de vinho, tradição que se manteve mesmo depois da aquisição pelo município de Vila Franca de Xira, no início da década de 80.

Quais as principais Quintas de produção de vinho na região? Quais as suas mais-valias que as tornam diferenciadoras das restantes?

Além da Quinta de Subserra, em São João dos Montes – Alhandra, com a produção dos vinhos Encostas de Xira, existe outro produtor de vinho, a Quinta das Hortênsias, que, à semelhança da primeira, tem igualmente vinhos medalhados nacional e internacionalmente, revelando que embora seja uma região de produção reduzida, são criados vinhos de reconhecida qualidade.

Quais as principais castas/vinhos da região? Quais as caraterísticas que os tornam tão apreciados?

Nos vinhos Encostas de Xira, a aposta passa por cinco castas distintas. Nos brancos: Arinto, Fernão Pires e Moscatel; nos tintos: Touriga Franca, Touriga Nacional, Castelão e Syrah. Gozam de um terroir de excelência, evidenciando nos vinhos a influência do Tejo, o calor das planícies ribatejanas e, ao mesmo tempo, a orientação das vinhas a norte, com manhãs e fins de tarde muito frescas. Já este ano o vinho monocasta Arinto, medalhado com prata na categoria dos brancos e no top5 dos arintos da região de Lisboa, o syrah medalhado com ouro, entre distinções nacionais e internacionais, é feito o pleno de medalhas em todas as referências. Recentemente engarrafado e apresentado, o Rosé monocasta Touriga Franca cria já boas expectativas junto dos provadores, pelo que se antevê uma notável prestação. Todos estes vinhos, pela mão dos Enólogos João Passarinho e Marco Crespo e de recursos 100% municipais, são produzidos com o objetivo de casarem com as melhores iguarias da região, como o Torricado de Bacalhau, Canja à Vila-franquense, cozido de carnes bravas e o tão apreciado Sável com açorda de ovas.

Vila Franca de Xira é reconhecida como uma terra de produção vinícola. Por que o município tem apostado nesta vertente turística?

O município tem apostado nesta vertente porque se assume com potencial para igualar, em termos de qualidade, a experiência gastronómica e porque se baseia em tradições fortes com ligação ao rio – comunidade Avieira e Varina – e ao campo – os Campinos.

São realizadas algum tipo de iniciativas que levem os turistas a conhecer e a explorar as vinhas da região e absorver aquilo que é a cultura vitivinícola da localidade?

O projeto de Enoturismo, ainda recente no município, oferece a possibilidade de alojamento nas quintas municipais, uma experiência próxima com a atividade agrícola e possibilidade de contemplar a paisagem da vinha, com o casario, o tejo e lezírias como pano de fundo. São também realizadas atividades de cariz histórico que incluem provas de vinhos. É ainda possível reservar a sala de provas, onde a experiência enológica passa pela prova e apresentação dos vinhos e com os enólogos, sempre que os participantes pretendam obter conhecimentos mais técnicos.

Qual o impacto turístico e económico do enoturismo para o município?

Sendo um projeto municipal, o principal objetivo é que sirva de exemplo do que de bom se consegue fazer no concelho e estimular a iniciativa privada a investir neste tipo de oferta, de elevada capacidade de atração de visitantes.

Quais as metas para o futuro no município no âmbito do enoturismo?

De futuro a intenção é crescer em termos qualitativos, melhorando a experiência de cada visitante, destacando o município como referência neste conceito no seio da Área Metropolitana de Lisboa.