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Portugal tem o privilégio de ser um país recheado de águas com propriedades termais de norte a sul do país, sendo a região centro a que agrega mais complexos termais. Nos últimos anos, tem-se registado um aumento do termalismo em Portugal, onde até os mais jovens cada vez mais se rendem a uma atividade que proporciona bem-estar, saúde física e mental. Em entrevista à Mais Magazine, Victor Leal, presidente da Associação Termas de Portugal (ATP), falou sobre a missão da ATP no setor e do crescimento do termalismo em Portugal.

Fundada em 1996, a Associação Termas de Portugal é uma instituição que visa o desenvolvimento das termas portuguesas, desde o nível económico até às questões técnicas, fazendo parte da sua rede 38 termas, oriundas de todas as zonas do país. De modo a seguir esta linha de ação, Victor Leal, presidente da ATP, refere que a associação funciona como representante das termas portuguesas e dos seus interesses junto das “entidades de tutela e dos organismos internacionais, nacionais e regionais que têm intervenção ou influência nas tomadas de decisão nas políticas de saúde, turismo, desenvolvimento económico e territorial”. Para além disso, a ATP é ainda um importante centro polarizador de projetos em rede que visam a “valorização da cadeia de valor do termalismo, ao nível dos fatores de competitividade, desde normas de qualidade, sustentabilidade, campanhas de comunicação e promoção, eficiência energética, e tantas outras”.

Qualidades terapêuticas das águas termais em Portugal
O presidente da ATP considera que as águas termais que se podem encontrar em várias localidades de Portugal são possuidoras de um conjunto de qualidades ímpares e valiosas para o tratamento de certas patologias, uma vez que “as águas minerais naturais têm características físico-químicas que lhes conferem propriedades terapêuticas”. Consoante esta composição, diferenciada em todas as termas, são estabelecidas as indicações terapêuticas destinadas a certos grupos de patologias. “Em Portugal como nos outros países europeus, as águas minerais naturais têm características predominantes para tratamento de patologias de reumáticas e músculo esqueléticas, tais como, reumatismos, artrites e artroses, e patologias das vias respiratórias, como são exemplo as rinites, sinusites e asma”, esclarece Victor Leal.


Registada maior afluência na atividade termal
A ida às termas sempre teve associada a si o estereótipo de ser uma atividade para o público mais velho, levando ao afastamento e desvalorização da atividade termal por parte dos jovens. No entanto, atualmente, fruto de uma sociedade mais bem informada, este estigma está ultrapassado. Embora na vertente terapêutica as “águas minerais naturais terem como indicação terapêutica o tratamento de patologias mais relacionadas” com o público mais velho na vertente do bem-estar a esmagadora maioria da procura situa-se nas pessoas entre os 35 e 55 anos. “Atualmente a procura de programas de bem-estar representa cerca de 75% do total da procura. Por isso, definitivamente, as termas são destinos turismo de saúde, bem-estar e lazer com oferta para todas as idades”, aponta Victor Leal.

A crescente adesão do público mais jovem levou a um crescimento assinalável do termalismo, sendo que, para Victor Leal, os benefícios económicos que esta atividade gera para o país vão muito para além das atividades realizadas dentro dos complexos termais. “A economia do termalismo gera um efeito multiplicador na economia local de pelo menos duas vezes relativamente ao volume de negócios gerado diretamente pela atividade estritamente termal. Falamos de efeitos no alojamento turístico, restauração, comércio local, animação turística e outras”, conclui o presidente da ATP.