: 24 de Outubro, 2025 Redação:: Comentários: 0

À frente da Associação Portuguesa de Escolas Católicas, Fernando Magalhães destaca o compromisso da APEC em reforçar a identidade das escolas católicas, promover a excelência educativa e responder com esperança e inovação aos desafios atuais do sistema de ensino.

De que forma a APEC apoia concretamente as escolas associadas na defesa da sua identidade católica e na qualidade pedagógica?

A missão da APEC é a de congregar as escolas católicas em Portugal em torno da sua missão, das suas áreas de atuação comuns e dos desafios que lhes são colocados. Nesse sentido, promove um conjunto de ações muito diversificadas que, sob a forma de debate, formação, informação, celebração, encontros (de alunos, de educadores docentes e não docentes, de famílias, de direções, de equipas pastorais, etc.) reforçam nas escolas católicas a razão principal pela qual a APEC foi fundada: o cuidado muito especial com a identidade própria das escolas católicas.

Que papel vê para as escolas católicas no futuro do sistema educativo português, especialmente no que diz respeito à inclusão, inovação pedagógica e formação integral dos alunos?

As escolas católicas têm um papel determinante há muito tempo em Portugal, que não é de agora, que se confunde até com a origem da nossa nacionalidade. As escolas católicas estiveram sempre na dianteira, seja como única resposta de ensino que, em determinadas épocas ou contextos, foram, seja como projetos de ponta e de excelência como se apresentaram e apresentam em áreas diversas. Acreditamos que o futuro é o da continuidade e renovação desta matriz: a formação integral da pessoa, com base na visão cristã do homem e do mundo e dos valores daí decorrentes; e, além disso, a qualidade e excelência dos projetos educativos levados a cabo, muitas vezes, como dizíamos, antecipando tendências que depois se validam, reconhecem e até se generalizam, para vantagem de todos.

Quais são atualmente os maiores desafios que as escolas católicas enfrentam no contexto educativo português?

Sem dúvida que, para que ocorra tudo o que se disse atrás, é essencial a liberdade de educação. Ela não se concretiza só no livre exercício de ensinar. Ela concretiza-se também na livre escolha por parte das famílias – algo que ainda está verdadeiramente por cumprir – do lugar onde querem que os seus filhos aprendam. Além disso, devemos tomar como especiais desafios também, por um lado, o multiculturalismo crescente nas nossas sociedades, que nos obriga a criar diálogos fraternos sem perda de identidade e, por outro, o da conhecida carência de professores no tecido educativo, que nos irá obrigar a ser muito criativos e inovadores, como tantas vezes já fomos no passado. Por falar em criatividade, não podemos ignorar os desenvolvimentos tecnológicos, designadamente os inerentes à Inteligência Artificial. Importa dizer que vemos tudo isto com um sentido de muita esperança.

Que prioridades estratégicas a APEC definiu para os próximos anos no sentido de fortalecer a rede de escolas católicas e o seu contributo para a educação em Portugal?

Sem prejuízo de outros desafios de ordem interna, os nossos propósitos para o próximo triénio ilustram bem as nossas prioridades. Por um lado, reforçar a identidade das escolas católicas, mostrando quão importante e única é a sua proposta educativa. A marca “escola católica” é muito forte e nós queremos afirmá-la cada vez mais. Outros dois pontos muito importantes são o fortalecimento da comunhão entre escolas e o da realização da nossa missão em diálogo ou, como nos convidou o Papa Francisco, “em pacto”, envolvendo todos aqueles que se ocupam da educação, direta ou indiretamente. Mas renovo o que disse há pouco: tudo isto fazemos com muita esperança e com muita alegria.