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A veia artística é um traço de personalidade de Romeu Martins desde muito novo, sendo que foi durante a formação académica que o sonho de se tornar arquiteto começou a tomar forma. Atualmente, o arquiteto possui o seu próprio atelier, em Setúbal, e falou à Mais Magazine sobre a importância de personalizar cada projeto às vivências de cada cliente e de aplicar “uma pitada de criatividade indispensável a qualquer forma de arte”.

Enveredar pela área da arquitetura sempre foi um objetivo seu ou foi um gosto que ganhou ao longo da sua vida académica?

A área das artes sempre foram as minhas motivações desde muito novo, com diversas etapas na vida, mas sempre tive o lado artístico. Quando surge a opção arquitetura na data de entrada da faculdade, as coisas tornaram-se mais sérias e foi este o caminho que se protagonizou para deixar o legado artístico, sob a forma de volumetria acessível para todos.

Fale-nos um pouco sobre o espaço que alberga o seu atelier e quais os fatores que teve em consideração no momento da sua conceção.

O nosso espaço de trabalho é um edifício facilmente reconhecido, com um aspeto extravagante e rebelde no seu exterior, com jardins verticais e volumes escultóricos sobrepostos no seu exterior. Quando entramos faz-se confundir com uma galeria de arte, contudo, é no piso superior que o espaço se desvenda com o atelier de arquitetura, indiscutivelmente é claro o seu objetivo artístico.

Quais os valores da sua empresa que a distingue das restantes do mesmo ramo de atividade e que tornam o seu atelier diferenciado?

O que nos diferencia na forma de atuar é que pormenorizamos a vida das pessoas. É essencial conhecê-las e saber como vão utilizar o espaço. É para nós condição conhecer exaustivamente o cliente, principalmente se se tratar de uma casa, pois eu quero saber quais são as primeiras coisas que estas pessoas fazem quando se levantam, de que forma usam a casa de banho ou quais os seus hábitos. Nós fazemos arquitetura personalizada, para que a casa se adapte o mais possível ao cliente e seja uma verdadeira extensão deles próprios. Enquanto arquitetos temos de conseguir criar emoções e acrescentar valor à vida das pessoas. Quando trabalhamos em lojas, condomínio e espaços públicos vou buscar personagens-tipo, arquétipos humanos, como no teatro, e baseio-me nelas e no target do cliente para criar o conceito. Essencialmente, influencio-me em estereótipos de pessoas que viveriam num certo apartamento ou comprariam numa determinada loja, para idealizar o espaço. Contudo, tudo isto tem uma pitada de criatividade indispensável a qualquer forma de arte, que torna isto mais romântico e irreverente e isso é algo que ainda não se esgotou, porque a alimento com as novas vivências diárias e nas muitas viagens que realizo.

Certamente que ao longo destes anos serão inúmeros os projetos que o marcaram enquanto arquiteto. Ainda assim, desafiava-o a escolher aqueles que considera ser os grandes projetos da sua vida profissional.

Não existe uma obra preferencial, existe o momento do projeto que me apaixona e faz-me preferir aquele momento. Tento sempre usufruir do momento com a maior paixão que tenho pelo que faço e pela arquitetura.