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Entre os picos majestosos das serras e os vales serenos do Alto Minho, corre uma força vital que moldou paisagens, sustentou comunidades e inspirou artistas ao longo dos séculos – a água. Neste território, a água não é apenas um elemento da natureza; é uma força vital que molda a vida, as tradições e a identidade deste lugar singular, sendo certo que nunca o desafio de o saber gerir, com eficácia e eficiência, foi tão desafiante e premente.

No Alto Minho, território sustentável por Natureza, reconhecido pelas suas encostas verdejantes; pela qualidade dos seus cursos de água e pelas nascentes cristalinas que brotam da terra e alimentam inúmeros riachos e ribeiras, a gestão hídrica tem, num passado recente, enfrentado diversos desafios, alguns dos quais potenciados pelo contexto de mudança climática. Se, em 2022, as principais bacias hidrográficas do Alto Minho estavam em situação de emergência devido aos fenómenos de seca, quer meteorológica, quer hidrológica – que ditou a adotação de medidas extraordinárias de eficiência hídrica-, já o ano de 2023 foi notícia pela severidade do impacto das cheias e inundações que, em janeiro, assolaram o Alto Minho e que provocaram danos significativos ao nível das infraestruturas. Assim, num contexto de incerteza como é o atual, o sucesso da ação (climática) muito depende da capacidade de antecipação – minimizando fraquezas, capitalizando forças, reduzindo ameaças e tirando o máximo partido das oportunidades.

Ciente de que cooperar trabalhando em rede, conhecer outras realidades, trocar experiências e, se possível, replicar iniciativas de sucesso, permite, a todos os envolvidos, ganhar tempo e eficácia, a Comunidade Intermunicipal do Alto Minho (CIM Alto Minho), em estreita articulação com os municípios seus associados, tem integrado diversas redes, de âmbito regional, nacional e internacional; tem-se associado a campanhas como a “H2Off – Hora de fechar a torneira!”, da APDA – Associação Portuguesa de Distribuição e Drenagem de Águas, e a “Vamos fechar a torneira à seca”, do Grupo Águas de Portugal em parceria com a APA – Agência Portuguesa do Ambiente, e tem participado na implementação de diversos projetos comunitários. Em matéria de gestão dos recursos hídricos, são exemplos desses projetos o: BIGDATA4RIVERS, apoiado pelo INTERREG EUROPE, que pressupôs a cocriação de um plano de ação e a sua integração na “Estratégia Alto Minho 2030”, beneficiando do intercâmbio de experiências entre parceiros e potenciando a aplicação das diretivas relativas às águas e a gestão das águas inteligente; AquaMundam, apoiado pelo INTERREG VA, que potenciou a integração, a eficiência e a eficácia dos sistemas de gestão de água no espaço de transfronteiriço, nomeadamente através de Zonas de Medição e Controlo nas redes de abastecimento de água de acordo com os Planos de Gestão e Perdas de Águas vigentes e, mais recentemente, o GestEAUr1, apoiado pelo INTERREG SUDOE 2021-2027, no decurso do qual serão analisadas e testadas soluções de vanguarda baseadas na natureza (SBN) para a potabilização, reutilização e depuração da água e será desenvolvida uma ferramenta de apoio à gestão deste cada vez mais precioso recurso – a água.

  1. Neste projeto, para além da CIM Alto Minho e do líder do consórcio, a Universidad de Salamanca (ES), participam como parceiros: FCC AQUALIA (ES); AdP Valor – Serviços Ambientais, S.A. (PT); Diputación de Ávila (ES); Universidad de Castilla – La Mancha (ES); Centre National de la Recherche Scientifique – Délégation Occitanie (FR); Pôle Métropolitain du Pays de Béarn (FR); FCC Aqualia, S.A. – Sucursal em Portugal (PT); Águas do Tejo Atlântico, S.A. (PT) ↩︎