Enquanto Presidente do Colégio da Competência em Hidrologia Médica da Ordem dos Médicos e Vice-Presidente da Sociedade Portuguesa de Hidrologia Médica e Climatologia, qual é o seu papel e responsabilidades?
O termalismo e a água mineral natural são um “recurso inestimável” e de importância para a “manutenção do bem-estar e equilíbrio físico, mental e psicológico”.
As termas oferecem a oportunidade de as pessoas fazerem férias com saúde, ou saúde com férias, dois temas inseparáveis, mas que nos obrigam a repensar no futuro, centrado em ações de promoção da saúde e de hábitos de vida saudável, onde as termas e o termalismo têm de ser parceiros.
Temos um serviço Nacional de Saúde (SNS) que não pode funcionar apenas como sistema de combate à doença, mas um sistema nacional que encare a saúde como sendo muito mais que a ausência de doença e o regresso das comparticipações aos tratamentos termais, promovendo o acesso a todos os portugueses a estes cuidados de saúde, tem de ser o exemplo disso mesmo. Neste momento, todos os portugueses têm acesso a uma riqueza natural, que é a nossa água mineral natural, com o apoio do SNS, para o tratamento e prevenção de muitas doenças.
Trata-se de uma vitória para o termalismo, uma vez que valoriza e reconhece a terapêutica termal como parte integrante do SNS. Como Médico, Hidrologista e Vice-Presidente da Sociedade Portuguesa de Hidrologia Médica, estou empenhado no fortalecimento desta aliança com o Estado e o SNS, defendendo o papel dos balneários termais na promoção da saúde dos portugueses.
Como é que vê o futuro das termas em Portugal e o seu papel na saúde pública do país?
As termas enfrentam um grande desafio, desenvolver ofertas variadas para abranger um público que está em mutação ano após ano. Há hoje valores são procurados, nomeadamente, a sustentabilidade, para os quais, há uns anos, as organizações e as entidades que operam nas termas, não tinham essa sensibilidade. Atualmente, há novos produtos dirigidos à promoção de saúde, de forma mais integrada, não só o tratamento em si, mas todo o conjunto de serviços que a oferta termal tem de disponibilizar”. É necessário que autarquias, universidade ou hotelaria continuem a trabalhar em conjunto, para que as termas possam ser mais atrativas e consigam mobilizar o máximo número de pessoas, de todas as idades e classes sociais, contribuindo assim para que a saúde seja a alegria de viver.
Dr. Santos Silva – Presidente do Colégio da Competência em Hidrologia Médica da Ordem dos Médicos e Vice-Presidente da Sociedade Portuguesa de Hidrologia Médica