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Nesta entrevista, Hélder Esménio, destaca a dedicação contínua da comunidade em preservar e promover o seu rico património, transformando Salvaterra de Magos num destino turístico notável, onde o passado se entrelaça com o presente, criando uma experiência cultural única.

Não podemos falar de Salvaterra de Magos, sem falar da Falcoaria Real, Património Cultural Imaterial da Humanidade. Conte-nos um pouco mais sobre esta arte cinegética e explique a importância da mesma para a região em termos turísticos.

A Falcoaria Real de Salvaterra de Magos é um edifício do século XVIII, único na Península Ibérica, daí a sua relevância histórica e patrimonial neste território.

No início da última década do século passado a Câmara Municipal adquiriu aquele imóvel que era propriedade de uma Casa Agrícola e de lá para cá tudo tem feito para o reabilitar, para o dotar de um espaço museológico que conte a história, o percurso e o presente desta arte milenar que é caçar com falcões.

Por esta razão, em 2014, o Município registou a marca “Salvaterra de Magos capital nacional da Falcoaria” e desenvolveu, em nome de Portugal, com o apoio da Universidade de Évora e da Associação Portuguesa de Falcoaria, a candidatura à UNESCO que permitiu (a 01/12/2016) a inclusão do nosso País no conjunto de nações onde esta prática é reconhecida como património cultural imaterial da humanidade pela UNESCO.

Desde então, mantemos naquele espaço mais de duas dezenas e meia de aves de presa cuidadas pelos nossos falcoeiros e que fazem as delícias de quem nos visita, a par de exposições permanentes e temporárias e um Centro de Documentação que reúne um conjunto significativo de obras publicadas sobre falcoaria, caça e património cultural, enriquecidas por doações, onde se destaca a pesquisa realizada pela Drª Natália Correia Guedes e seu pai para a obra o «Paço Real de Salvaterra de Magos», reeditado com o apoio do Município em 2018.

A Falcoaria Real, a albufeira da Barragem de Magos, a aldeia avieira do Escaroupim com o seu Museu e Casa Tradicional, a proximidade ao Tejo onde os operadores turísticos disponibilizam passeios de barco no Rio, a nossa gastronomia enfatizada em março com o “Mês da Enguia”, já em 28º edição, os vinhos da Casa Cadaval e tantos outros produtos endógenos que animam a nossa Feira Nacional de Artesanato e de Produtos Tradicionais são algumas das razões para captar a atenção de quem nos visite.

Este ano assinala-se também o 2º aniversário da inclusão dos Bordados da Glória do Ribatejo no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial. Que comentário lhe merece este feito?

No esforço de divulgação e promoção do património natural e histórico-cultural conseguimos, a 4/02/2022, integrar os Bordados da Glória do Ribatejo no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial, sublinhando a identidade de uma comunidade que assinala este ano 660 anos sobre a outorga pelo Rei D. Pedro I da Carta de Privilégios aos Habitantes de Santa Maria da Glória, o que ocorreu a 17/02/1364.