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A Micronsense foi criada com o intuito de ocupar um espaço que inacreditavelmente não havia sido ocupado até 2010, pese embora décadas de indústria – numa zona recheada de fábricas – sintomático da desconexão entre o saber tradicional e a sistematização pelas modernas metodologias e normas da Metrologia.

Nascemos com o desígnio de criar uma estrutura local que servisse de depósito de conhecimento na área da metrologia, com a capacidade de o desenvolver e multiplicar de forma a ser acolhido e traduzido para ser entendido e assimilado facilmente pelas empresas enquanto fator de crescimento, reconhecimento no mercado e competitividade, em particular nos sectores das ferramentas e plásticos. Despertámos o mercado para a necessidade deste conhecimento, oferecendo de forma direta e próxima, a divulgação, o conselho e o suporte, como parceiro que torna fácil e acessível um conhecimento novo para estruturas imaturas, num período em que o mercado assume novos desafios: requisitos de qualidade dimensionais mais rigorosos e objetivos, numa realidade económica em que o prazo e o erro são a chave da produtividade; e uma organização produtiva que seja eficiente nestas variáveis, tem por base o controlo, a previsão e o referencial interno que permita a melhoria, em contraponto com o modelo tradicional de produção ‘às cegas’.

Como empresa pioneira na área, a Micronsense foi importante na criação de novos conhecimentos e procedimentos sobre a metrologia

Com esta missão, a ambição não poderia ser outra senão a consumação de uma estrutura humana equipada de meios tecnológicos que oferecesse um painel completo de serviços e soluções comercializáveis, representando todas as tecnologias disponíveis, e por inerência, o conhecimento associado – tendo sido a primeira estrutura não só local como nacional a corporizar tal paleta de oferta. O deserto de conhecimento na área, na fase inicial, levou-nos pelo árduo caminho da autonomia, adquirindo conhecimento pelos meios próprios, com forte empenho na procura junto dos nossos principais parceiros internacionais. No momento presente, a estrutura conta com 22 elementos, com forte dinâmica e conhecimento nas diversas áreas, preparados para qualquer tipo de resposta, através da presença em todo o país, de forma competitiva, célere e competente, primando por um espírito de proximidade, em que cada serviço prestado, cada venda de equipamento é uma via para a colocação do conhecimento adequado. Foi importante não tirar o foco da nossa estratégia de fundo, que sempre foi a forte capacidade na prestação de todo o tipo de serviços: da metrologia de laboratório, até à metrologia portátil e formação; na fase atual, com uma dimensão e uma estrutura madura e estável, olhamos para as extensões que se colocam à Metrologia. Nestes braços de oportunidade, não pretendemos repetir ou sobrepor-nos a algo que já exista no mercado, no ponto atual em que já não existem novidades tecnológicas que criem uma cisão com as anteriores, as evoluções são ténues e consolidam quase sempre melhor ergonomia, resolução e exatidão, o que o mercado necessita é de um parceiro que represente uma combinação de ofertas que deem resposta a uma solução chave-na-mão. E nesta fase, sim, as parcerias são essenciais e estimulantes. Somos bons a enquadrar parceiros nestas soluções combinadas: as células de automatização, os processos de medição em linha, a integração em plataformas de informação 4.0 são os mais recentes exemplos.

O futuro passa por dinamizar a população portuguesa para a obtenção de conhecimentos sobre a metrologia, área fulcral em todas as empresas

A Metrologia está agora ‘soldada’ à indústria – gostamos de pensar que esse é um lastro deixado pela Micronsense nestes anos. Portanto, os desafios são comuns: mais do que adquirir meios, está na altura de infundir o conhecimento nas pessoas; estimular o ensino académico a reconhecer este conhecimento como fulcral e cada vez mais tornar a metrologia a principal linguagem dentro da empresa e interempresas a nível global. Apenas neste patamar o país pode garantir uma resposta adequada ao que se adivinha serem os novos conceitos, produtos e dinâmicas de produção disruptivas; mas as bases sólidas da metrologia serão elasticamente adaptáveis a qualquer novo paradigma industrial.