É com um copo de vinho na mão que lhe abrimos as portas do nosso país, uma vez mais, ao longo das próximas páginas. “Querido” para alguns, detestado pelo marasmo da “silly season” por outros, o mês de agosto é inevitavelmente associado a férias, calor e turismo. Nesta edição dedicamo-nos particularmente ao Enoturismo, um setor com tanto caminho para crescer no nosso país. A ideia em si parece não poder encaixar melhor no conceito que temos de Portugal. Um país de ótimos vinhos, com regiões demarcadas em cada canto, com particularidades que parecem impossíveis para uma geografia tão pequena.
A oferta é cada vez maior e diversificada. Hoje é possível visitar as incomparáveis quintas do Alto Douro e ver como são feitos os vinhos da “região demarcada mais antiga do mundo”. Ou pelo Minho e Douro Litoral apreciar as também imponentes quintas onde se faz cada vez mais justiça ao Vinho Verde. Descendo pela Bairrada, ou pela Beira Interior, seguindo pelo Tejo e pelos Vinhos de Lisboa, até ao imenso Alentejo e ao Algarve, em todas estas zonas há vinhos que qualquer apreciador tem mesmo de provar. E temos ainda as ilhas, com vinhos que vão ganhando maior relevância também na Madeira e nos Açores. Em muitos destes locais, para além das habituais provas, já pode participar nas vindimas, por exemplo – e já não falta muito para que comecem. E, sobretudo, conhecer histórias de várias gerações familiares, numa atividade onde é essa a tradição e que resulta em relatos apaixonantes.
Deixamos ainda o convite para que se delicie, por exemplo, num picnic com vista para a cidade do Porto – é folhear e descobrir, não revelando já tudo aqui.
Ainda nesta edição antecipamos o Plastic Summit, que se realiza no próximo mês de outubro, em Lisboa. Um tema extremamente atual, com a “guerra” ao plástico na ordem do dia. Oportunidade para lermos as posições de empresários do setor e conhecer as inovações desenvolvidas no campo da reciclagem e reutilização de materiais. Afinal só é fácil demonizar o plástico se nos esquecermos de todas as suas imensas utilidades. O maior perigo virá, sim, do excesso de produção de todo o tipo de materiais, em ciclos de utilização cada vez mais baixos e num reaproveitamento muito baixo dos mesmos. Parece cada vez mais óbvio que industria ligada ao plástico fará (e terá de fazer) parte da solução, e não ser encarada apenas como um alvo a abater. Basta pensar nas consequências terríveis de se aumentar o consumo de papel como alternativa.
Boas leituras e boas férias!