Está localizada na fronteira entre Vila do Conde e Póvoa de Varzim, disponibilizando cursos de licenciatura, mestrado, pós-graduação e técnicos superiores profissionais nas áreas de Hotelaria, Turismo e Restauração, onde procuram “estar a par das necessidades do mercado laboral”. Superados dois anos de pandemia, nesta escola registaram-se “ligeiros aumentos” no acesso a alguns cursos superiores.
Na Escola Superior de Hotelaria e Turismo a prática é amiga da perfeição, uma vez que o ensino que estimulam combina “o conhecimento com as competências práticas”. Para esta combinação ser cozinhada durante todo o percurso académico, disponibilizam laboratórios totalmente equipados e a participação dos alunos em eventos e “atividades (…) em todos os setores da operação, com diferentes parceiros, sejam locais ou regionais, sensibilizando-os “da importância da nossa gastronomia e do nosso património” e consciencializando-se para a “situação real que encontrarão no mundo profissional”. Outro dos fatores que ajuda a concretizar o “aprender fazendo” é o corpo docente ser composto “por dois perfis”, o daqueles que são académicos e dos que têm uma “experiência relevante no exercício de atividade profissional, no setor do Turismo, da Hotelaria e da Restauração”, como afirma o Presidente desta instituição, Flávio Ferreira. O mesmo adianta que esta simbiose permite que as valências cozinhadas ao longo do todo o ano sejam suficientemente “robustas” para os estudantes conseguirem exercer a profissão que desejam.
Atrair os jovens estudantes para ingressarem num curso com valências num setor bastante fragilizado durante a pandemia covid-19 pode não ter sido uma tarefa fácil, mas a verdade é que a missão desta escola, atenta “às necessidades do mercado laboral”, acabou por ser bem sucedida, uma vez que foram registados “ligeiros aumentos” de candidatos em certas opções formativas. Logo, essas fragilidades “permitiram dar mais valor às qualificações e competências que os profissionais do setor hoteleiro, e turismo em geral, detêm, pois o mercado de emprego tornou-se mais competitivo”.
Como a atividade económica de turismo e hotelaria é global, “não é possível pensar-se no turismo sem uma vertente internacional”. Nesta visão, Flávio Ferreira diz que “uma experiência internacional contribui para o enriquecimento pessoal, através do conhecimento de diferentes países, regiões, culturas e o estabelecimento de redes pessoais”, além de formar “o futuro profissional do turismo, ajudando-o a perceber as distintas realidades”.
As faltas na hotelaria e os desafios do turismo
A hotelaria acabou por saber “reagir e voltar a ser a alavanca da economia nacional’’, apesar dos graves constrangimentos económicos, que se fizeram sentir nos últimos dois anos. Na opinião do responsável da ESHT, como “o mercado português é caraterizado por pequenas e médias empresas que expressam dificuldades em modernizarem-se e adaptarem-se a um mercado digital cada vez mais exigente”, a “aposta na qualidade do ensino”, em especial “nos politécnicos”, mas também “em programas de apoio para formação e melhoria de competências de profissionais, que vão ingressar no setor, ou que já estão em atividade, são alguns dos “incentivos possíveis” que o Governo poderia elencar, com vista a tornar o ramo mais atrativo.
Fazendo uma previsão aos desafios que o setor turístico tem pela frente, o Presidente da ESHT divulga que “um dos maiores” será a questão da valorização e respetiva dignificação dos recursos humanos do setor”, abordando mesmo a enorme falta de profissionais na área que está a assolar Portugal. Por isso, adianta que “compete-nos a nós descobrir o caminho que nos permita reter os nossos jovens no setor contribuindo, decisivamente, para a qualidade de turismo que todos queremos oferecer a quem nos visita”. Para além deste, o próprio acrescenta outros que “merecerão atenção”, como os “fatores de sustentabilidade ambiental, social e económico”.
Antes da conclusão da conversa, Flávio Ferreira conta-nos as novidades para o próximo ano letivo na ESHT. Vão entrar em funcionamento “dois cursos de mestrado”, tendo já outros em preparação, e também “o lançamento de novos cursos de pós-graduação”. O próprio também não esconde, neste que é o seu último mandato, o desejo de “ver concretizado” o projeto da “aprovação de um Hotel-Escola”, que já foi submetido para financiamento, e que constituiria um fator fortemente distintivo”, tanto para a escola, como para o P.PORTO. Também em forma de rema-te, não se esquece de alertar os jovens estudantes que pretendam profissionalizar-se nesta área de formação, da exigência da mesma, sobretudo ao nível da carga de trabalho e horária.