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Criada em 1974, a Associação de Representantes de Estabelecimentos de Ensino Particular e Cooperativo – AEEP é a instituição mais representativa do Ensino Privado em Portugal. Numa edição dedicada ao ensino, estivemos à conversa com Luís Virtuoso, Presidente da Direção da AEEP que, em entrevista, nos deu a conhecer o presente e futuro deste setor.

Até 25 de abril de 1974, os proprietários das escolas particulares faziam parte, obrigatoriamente, do Grémio Nacional dos Proprietários dos Estabelecimentos de Ensino Particular. Mas porque este organismo não correspondia às necessidades já anteriormente sentidas, a verdade é que, a partir de 1972, foram sendo organizados vários encontros de responsáveis das escolas particulares para discutirem os temas do setor. A AEEP nasce em junho de 1974, já em democracia, fruto deste movimento. “Ao longo dos anos, através de um diálogo construtivo com os sucessivos governos, procurámos sempre afirmar a liberdade de educação como corolário fundamental da nossa atividade”, começa por esclarecer Luís Virtuoso. Uma liberdade de ensinar e de aprender, com autonomia de projetos pedagógicos e com a afirmação da identidade de cada projeto educativo. “Acreditamos que na diversidade da nossa oferta reside a nossa maior riqueza, porque é na pluralidade de escolhas que conseguimos plenamente oferecer respostas educativas para as famílias”.

A missão da AEEP divide-se, essencialmente, em três atividades: desenvolver o ensino particular e cooperativo não superior, promovendo a defesa dos direitos e liberdades fundamentais no domínio da educação e do ensino e, designadamente, a liberdade de ensinar e de aprender, o direito de opção educativa e a igualdade de oportunidades e de condições de acesso e de frequência no quadro do sistema educativo; representar os associados perante o Estado e demais entidades públicas e privadas, na promoção e na defesa dos seus direitos e interesses legítimos; finalmente, prestar serviços à comunidade empresarial do sector, promovendo o desenvolvimento e modernização do mesmo, incluindo a sua internacionalização. “A modernização do ensino é, efetivamente, uma aposta da AEEP. Temo-lo feito de forma continuada, promovendo uma constante cultura de inovação no setor”. Neste contexto, a AEEP tem procurado estar na vanguarda da pedagogia, na oferta da adaptação curricular à evolução dos tempos, na flexibilidade curricular, nas metodologias ativas de ensino e na introdução de tecnologia em contexto escolar, como explica o presidente da associação: “Orgulhamo-nos do nosso contributo para a inovação e modernização do setor de ensino no nosso país. Em termos de internacionalização apoiamos os estabelecimentos de ensino que, operando em Portugal, captam alunos estrangeiros para os seus programas educativos, mas também os que procuram expandir-se além-fronteiras”.

A pandemia mudou as nossas vidas de um dia para o outro e obrigou à aceleração vertiginosa da digitalização no ensino. Apesar de todas as dificuldades impostas, Luís Virtuoso assume que a grande maioria das escolas processou esta mudança de modo muito satisfatório e com resultados muito positivos. “Fizemos um inquérito às escolas associadas, no pico da pandemia, em agosto de 2020, e apercebemo-nos que havia uma elevada capacidade de adaptação ao digital, num curto período de tempo, com satisfação generalizada de alunos, professores e famílias. Por exemplo, 100% das escolas do 1.º, 2.º, 3º Ciclos e Ensino Secundário recorreram a aulas virtuais como método de ensino, 77,1% do Ensino Pré-escolar recorreu a aulas virtuais no desenvolvimento de atividades com as crianças e 76,6% das escolas utilizaram plataformas de conteúdos”.

Em suma, o setor do Ensino Particular e Cooperativo está bem e recomenda-se. “Temos diversidade de Projetos Educativos e respostas diferenciadas adequadas às necessidades das famílias. O maior desafio é o de mantermos a nossa autonomia. Se esta se mantiver, o setor privado de educação continuará a cumprir a sua missão”.