A Assembleia Geral das Nações Unidas de 14 de dezembro de 2020 declarou o período de 2021-2030 como “Década do Envelhecimento Saudável”. Esta iniciativa global congrega os esforços de governos, sociedade civil, agências internacionais, instituições públicas e privadas, empresas, sectores profissionais, academias, meios de comunicação social, para melhorar a vida das pessoas idosas, das suas famílias e das suas comunidades.
Tomemos então o propósito desta “Década do Envelhecimento Saudável”, também no que respeita à água. Se há algo que caracteriza o nosso envelhecimento é a progressiva redução do conteúdo em água do nosso soma. A água é antes de tudo um nutriente essencial, cuja ausência pode causar a morte em poucos dias. Num estudo realizado ao longo de 30 anos, cientistas norte-americanos acompanharam uma população de mais de dez mil adultos, concluindo que beber água diminui o risco de doenças crónicas e pode atrasar o envelhecimento.
Depois de um longo período de utilização empírica, o termalismo assenta hoje numa base de progressiva evidência científica, sendo reconhecido pela OMS e estando integrado em muitos dos Sistemas de Saúde, nomeadamente no Continente Europeu. Portugal dispõe de uma grande variedade de águas minerais naturais e de excelentes estâncias termais, que possibilitam cuidados de saúde de grande qualidade.
Embora as termas sejam para todas as idades, a realidade é que elas têm interesse particular para os mais velhos. A transformação da antigamente designada “pirâmide demográfica” dita esta realidade. Portugal, como é sabido, é um dos países mais envelhecidos da Eu-ropa. Temos praticamente 25% da população com idade superior a 65 anos, escalão etário convencionalmente considerado como o dos idosos. Os resultados do “Censos 2021” revelam um “aumento expressivo” da população idosa e um decréscimo da população jovem em Portugal. Por cada 100 jovens portugueses, há 182 idosos.
A Medicina Termal possui uma abrangência muito alargada, que inclui cuidados de prevenção, tratamento e reabilitação. Tem um enfoque muito particular nas doenças crónicas. Mas constitui também um poderoso meio de Educação e Promoção de Saúde. Nesta Década do Envelhecimento Saudável não podemos deixar de sublinhar o enorme contributo que a Medicina Termal (qual “Fonte da Juventude”!) pode proporcionar para a consecução dos objetivos em boa hora apontados pelas Nações Unidas / OMS.
Todos a banhos! À nossa Saúde!
Pedro Cantista, Presidente da Sociedade Portuguesa de Hidrologia Médica