São conhecidos e reconhecidos os elementos diferenciadores da Região (materiais e imateriais) (o cante Alentejano; a arte chocalheira; os bonecos de Estremoz; o centro histórico de Évora; as fortificações de Elvas; o DarkSky Alqueva; o Observatório do Turismo Sustentável do Alentejo, aprovado pela Organização Mundial de Turismo), entre outros. O portefólio de ativos da Região expressa bem a riqueza existente para combinatórias de recursos, de cultura e património, de tradição e modernidade, passando pela excelência ambiental, pela observação astronómica e fruição dos espelhos de água, pela gastronomia e pelas economias do vinho e do azeite, ligando a produção à prova, o turismo e o lazer. O trabalho desenvolvido pela Entidade Regional do Turismo do Alentejo e Ribatejo contribuiu para posicionar a Região com um conjunto de produtos, serviços e destinos, certificados e sustentados, que têm beneficiado de uma imagem de comunicação que incorpora a diversidade dos recursos turísticos regionais, numa dinâmica territorial que abrange a Lezíria do Tejo. Como resultado do reconhecimento do potencial de atratividade que os recursos do Alentejo têm sobre o mercado turístico, a região regista dinâmica positiva de investimento, com reforço e qualificação da oferta. Investimentos a que o Programa Regional Alentejo 2030 procurará dar resposta através de apoios financeiros dos Fundos Estruturais. De 2013 a 2022, as dormidas mais do que duplicaram, em 2022 superaram os valores antes da pandemia e o alojamento turístico registou mais de 3 milhões de dormidas (1,4 milhões em 2013; 2,9 milhões em 2019). As Linhas de Orientação Estratégica do Turismo do Alentejo e Ribatejo para 2021-2027 antecipam “a possibilidade de um salto qualitativo competitivo” o qual exige “mudanças estruturais significativas na qualificação e atratividade dos recursos, produtos e experiências turísticas” e “na compatibilização e equilíbrio entre o desenvolvimento do turismo, o desenvolvimento dos territórios e das cidades e a melhoria da qualidade de vida da população”. A aposta continuada no turismo tem contribuído para valorizar o património histórico e cultural, estimular a regeneração urbana, reanimar as áreas rurais, valorizar as áreas naturais, a produção cultural e as indústrias criativas e diversificar a economia do mar. Ao potenciar as características únicas da região (a autenticidade, a qualidade, o clima, a diversidade e a segurança…), o Alentejo passou a ser identificado como território de produtos de nicho, em que se destaca o touring cultural e paisagístico, complementado pelo turismo de natureza, o walking, o cycling, o birdwatching, o surfing, o turismo náutico. Transversal e complementar a todos estes produtos está a gastronomia, os excelentes vinhos e a paisagem .E a articulação com outros setores, permitindo aproveitar as múltiplas razões para explorar o Alentejo e associar o turismo a novas e diferenciadas experiências, relacionadas com a preparação e degustação dos produtos, a vivência histórica do território, o aproveitamento dos espelhos de água, a observação do céu, entre outros. Nesta região, naturalmente marcante, onde o tempo é tudo e o vagar uma marca de existência, de saber ser e viver, estas atividades estão cada vez mais dispersas e revestem a condição de fator de atratividade, de sustentabilidade e de desenvolvimento socioeconómico.
António Ceia da Silva,
Presidente da CCDR – Alentejo e Ribatejo