Ao longo do século XX, Portugal não teve o desenvolvimento industrial que muitos outros países da Europa usufruíram. Porém, tal é atualmente uma vantagem para o nosso país. Com quase um quarto do seu território classificado ao abrigo de legislação europeia pela riqueza dos seus habitats ou das espécies presentes, com paisagens espetaculares que encerram uma diversidade biológica e geológica admiráveis numa área continental limitada que se estende também às regiões dos Açores e Madeira, Portugal é um destino preferencial para o turismo, incluindo em particular o turismo de natureza. Aliar estas valências naturais à riqueza histórica, cultural e social, presente em diversas cidades, mas também no espaço rural, torna ainda mais atrativas muitas das realidades. Falamos da criação de oportunidades para caminhadas, uso de bicicleta, onde o percorrer de todo um conjunto de trajetos nos faz perceber ainda melhor a importância de proteger esses valores a bem de todos. São ecossistemas que nos prestam gratuitamente serviços fundamentais, da purificação do ar, à retenção da água, ao fornecimento de materiais e alimentos, ou ao simples prazer da admiração de uma paisagem.
Conhecendo melhor esta realidade, aprendemos que são necessárias ações individuais e de toda a sociedade para reduzir o impacte de crises como o aquecimento global e as consequentes alterações climáticas. Através de um turismo sustentável, que respeite os limites de carga dos espaços naturais e construídos, aprendemos a preservá-los e a recuperá-los e a garantir que as próximas gerações, do nosso e de outros países, darão valor a este nosso património exemplar.
Francisco Ferreira, Presidente da ZERO – Associação Sistema Terrestre Sustentável