Em 2018, o Município de Boticas viu a região do Barroso ser classificada como Património Agrícola Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). Fernando Queiroga, Presidente da Câmara Municipal de Boticas, considera que esta distinção, que reconheceu o sistema agro-silvo-pastoril do Barroso como importante método do património agrícola a nível mundial, teve um importante impacto no desenvolvimento e dinamização deste concelho do Alto Tâmega.
Este ano assinala-se o quinto aniversário da classificação da região do Barroso como Património Agrícola Mundial, pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura. Na base da distinção alcançada em 2018, pelos Municípios de Boticas e Montalegre, estão as tradições que o povo barrosão mantém na relação com o ambiente em atividades como a agricultura, a silvicultura e a pastagem. Fernando Queiroga encontra nesta classificação um reconhecimento do trabalho desenvolvido pelo município na proteção do meio ambiente e da paisagem do concelho, onde a agricultura, na sua grande maioria de subsistência, continua a ter um papel de grande relevância na economia dos agregados familiares. “Simultaneamente, permite-nos apresentar a região de Barroso como uma ‘marca’ de qualidade e autenticidade que valoriza os nossos recursos, em particular os produtos da nossa agricultura, que tem levado a uma procura crescente de tudo quanto se produz nesta região”, acrescenta. O selo de Património Agrícola Mundial é motivo de orgulho para todos os botiquenses. Por isso, preservar o que de mais autêntico e genuíno este território tem, no que diz respeito ao património agrícola, paisagístico e florestal, tem sido um dos principais compromissos assumidos pelo executivo municipal. “Temos procurado incentivar a produção agrícola, valorizando o trabalho dos nossos agricultores, criando oportunidades de negócio e apoiando os nossos agricultores, sobretudo ao nível da instalação, com o acompanhamento técnico dos projetos e com a gestão burocrática desses mesmos projetos, dando ainda apoios à sanidade animal e à sanidade apícola, para estimular a produção dos dois produtos cuja denominação de origem protegida está sedeada neste Concelho: a Carne Barrosã DOP e o Mel de Barroso DOP”, explica Fernando Queiroga.
Um legado a preservar
Com uma ocupação milenar, esta área do Norte de Portugal, delimitada pelos concelhos de Boticas e Montalegre, mantém uma economia de subsistência rural onde se destacam a forma tradicional de trabalhar as terras e o gado, mas também a entreajuda entre os habitantes. Um legado que vem sendo transmitido ao longo dos anos e que o executivo municipal está empenhado em manter vivo. “O povo barrosão é muito ligado às suas raízes e às suas tradições, pelo que há hábitos comunitários que nunca se perdem e perduram de geração em geração. Procuramos incentivar esta forma de estar e de ser e se conseguirmos, aos poucos, valorizar cada vez mais os nossos produtos, tornando rentável a atividade dos nossos agricultores, estes não veem necessidade de alterar a forma como os seus antepassados trabalhavam a terra e de como dela tiravam o seu sustento”, explica o edil. Denominado de “Reino Maravilhoso”, por Miguel Torga, este território convida à descoberta do que de melhor a natureza tem para oferecer. Com atividades ao longo de todo o ano, todas as alturas são boas para dar “um salto” a Boticas e desfrutar da genuinidade deste território do Alto Tâmega. “Procuramos ser genuínos e defendemos um turismo ajustado à nossa realidade, que não seja agressor do meio ambiente e possa tirar partido deste. Simultaneamente, contamos com a existência de um vasto conjunto de equipamentos que nos permitem responder à altura das necessidades de todos quantos nos visitam, sobretudo em lazer, como o Parque de Natureza e Biodiversidade, do Parque Arqueológico do Vale do Terva, do Centro Europeu de Documentação e Interpretação da Escultura Castreja, do Centro de Artes Nadir Afonso e do Museu Rural de Boticas, entre outros.”