A Escola Superior de Enfermagem do Porto (ESEP) é uma instituição de ensino superior não integrada com 126 anos de história na cidade do Porto. Hoje em dia, dispõe de cursos de licenciatura, mestrado e pós-graduações. Além da investigação e inovação, a responsabilidade social e a sustentabilidade são aspetos centrais da vida da ESEP.
Nesta série dedicada ao Ensino Superior Público Politécnico, segue-se a Escola Superior de Enfermagem do Porto, aquela que atualmente é “uma das instituições líder nacionais ao nível da formação” nesta área, “reconhecida nacional e internacionalmente como uma instituição de referência em Enfermagem”. À conversa com a Mais Magazine esteve o Presidente deste estabelecimento de ensino, Luís Carvalho, que nos falou sobre “um conjunto de desafios que se colocam a vários níveis e aos quais a ESEP não é alheia”. Dentro desses, destaca “as dimensões do ensino, da investigação, da transferência do conhecimento, da sustentabilidade e do nosso papel como promotores de uma cidadania ativa e esclarecida’’. Para a concretização destas matérias, admite que “assegurar o reforço do financiamento das instituições de ensino superior” é “fundamental”. Refere, também, no caso da ESEP, que “importa refletir sobre a organização do sistema de ensino superior, valorizando e reconhecendo a Enfermagem enquanto disciplina do conhecimento, não impondo barreiras à constitucional autonomia das instituições de ensino superior.”
Ao longo dos últimos anos, esta instituição tem assumido um compromisso vincado e um “papel ativo” com a sustentabilidade. Por isso, integram a “Rede Campus Sustentável”, no sentido de desenvolver práticas nas vertentes ambiental, social e económica. Essas têm passado pela “promoção de uma cidadania ecológica, a utilização de energias alternativas e ambientalmente mais sustentáveis, a implementação de sistemas de recuperação de águas pluviais, a instalação de postos de carregamento elétricos, o uso de novos sistemas fotovoltaicos em autoconsumo, entre outros.” Nesse âmbito importa também referir a parceria que têm estabelecida com a LIPOR, com vista a melhorar a gestão de resíduos nos três edifícios, bem como motivar a comunidade de estudantes para adotarem atitudes responsáveis para com o meio-ambiente, num claro “combate individual às alterações climáticas.” Luís Carvalho refere que estas medidas possibilitam “conjugar o conforto das instalações com as necessidades de redução de custos de utilização, mas também facilitam a manutenção e contribuem para a eficiência energética”.
Sobre o futuro da ESEP, Luís Carvalho faz uma análise geral ao divulgar que têm dotado a escola “de mais e melhores ativos, procurando aumentar o número de docentes e de pessoal técnico e administrativo para o que é imprescindível adotar medidas políticas que respeitem a autonomia das instituições de ensino superior”.
Tudo se prende com “uma questão de foco nos estudantes, na necessidade de reforço das medidas de apoio e ação social e, ainda, de aposta clara e inequívoca no conhecimento criado e transferido”. No que toca à oferta formativa, espera que “todos os ciclos de estudo, nomeadamente, os doutoramentos, possam ser outorgados, finalmente, no subsistema Politécnico”. Adianta também que estão “em fase de execução de diversas candidaturas ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) que irão, a breve prazo, surtir efeitos, tanto na formação, disponibilizando cursos especializados e desmaterializados, quanto na transferência de conhecimento para o tecido empresarial português, quanto, por fim, na dotação de melhores equipamentos e espaços com vista a preparar o futuro e, ainda, permitir aprofundar a eficiência energética dos vários polos”. Objetivos “exigentes”, confessa, e alguns “de difícil concretização”, mas Luís Carvalho acredita no “caminho” que estão a percorrer para diariamente “edificarem uma escola onde se ensina, se aprende e se investiga uma Enfermagem mais significativa para as pessoas”, não esquecendo nesse trajeto a ajuda e dedicação de “colaboradores de excelência”.