O Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC) é uma instituição de ensino superior que integra seis escolas, distribuídas pelos municípios de Viana do Castelo, Ponte de Lima, Valença e Melgaço. Em todas elas, o objetivo é construir uma oferta formativa de mãos dadas às necessidades “do território e respetivo tecido empresarial”.
Foi na região do Minho, caraterizada pelos seus trajes vianenses e pela devoção dos pescadores à Senhora da Agonia, que nasceu o Instituto Politécnico de Viana do Castelo. Hoje em dia, passados anos de história do ensino “de elevada qualidade”, o pilar essencial continua a ser “a formação e a inovação pedagógica”, como relata Carlos Manuel Rodrigues, presidente desta instituição. Além desses motores diferenciadores, o próprio elenca também o “trabalho que está a ser desenvolvido para a implementação de novas abordagens pedagógicas, como por exemplo a aprendizagem baseada em projeto, os processos de cocriação e design thin-king, a aprendizagem-serviço e a gamificação, bem como o desenvolvimento de percursos de formação flexíveis, a imersão em contextos de prática profissional, de investigação e de internacionalização, que aliás, já estão em curso.”
Em termos de oferta formativa, o desejo do IPVC é construir opções que vão ao encontro dos “anseios e necessidades do território e do tecido empresarial, nomeadamente através da criação de CTeSP, em áreas estratégicas iden-tificadas, em parceria com os diversos agentes” da região. Também com vista à concretização desse objetivo, recentemente, o instituto assinou uma “cooperação inédita” com a UTAD, “que irá permitir a realização de orientação científica de projetos de doutoramento, entre professores e investigadores das duas instituições”. Este “marco histórico” vai desenvolver ambos os territórios, porque estes “projetos terão como foco a resolução dos seus problemas, a potenciação das oportunidades”, além de simultaneamente serem aproveitados como “veículos da inovação”.
A par disso, a investigação do instituto está orientada para setores estratégicos de desenvolvimento da região, nomeadamente para a economia Azul, para o setor agroalimentar e automóvel. Nesta vertente, o Politécnico “deu um importante passo, através da consolidação das unidades de investigação, que foram aprovadas pelas FCT (CISAS e Prometheus), da preparação de candidatura para duas novas unidades de investigação (adit lab e Sprint) e do reforço de investigadores e bolseiros”. O reconhecimento desta área é anualmente reconhecida e traduz-se na atribuição de prémios a docentes, como por exemplo o “Prémio de Produtividade Científica e o Prémio de Estímulo à Transferência de I&D”; em resultados, com o crescimento de “artigos científicos indexados publicados e no financiamento a projetos”, mas também em participações com “estruturas de extensão, tais como o DataCoLab, o CITIN e o CISAS-NUTRIR, que ajudam a fixar no território cerca de uma centena de recursos humanos altamente qualificados”.
Aliado à investigação, este estabelecimento de ensino procura reforçar as suas “parcerias internacionais”. Carlos Manuel Rodrigues destaca, por exemplo, a aliança feita com a “América Central, Brasil e Cabo Verde, onde foram assinados protocolos de cooperação com sete municípios”. O mesmo revela que estas iniciativas permitem o “crescimento assinalável do número de estudantes internacionais, em mais de 200 por cento, e no preenchimento quase total das vagas disponíveis, apenas na primeira fase de candidatura”. Neste sentido, o Presidente adianta que “a curto e médio prazo” a intenção passa por criar “duplas titulações com instituições de Ensino Superior Brasileiras, desenvolver projetos de investigação conjuntos, bem como a integração na rede de universidades europeias, o reforço da cooperação com os PLOP e o aumento do número de alunos internacionais”.
Soluções para a atratividade e competitividade da Engenharia Civil
Durante a conversa com a Mais Magazine, o responsável por este instituto falou “da falta de profissionais na área da Engenharia Civil e do Ambiente e o aumento dos preços da matéria-prima”, duas das “preocupações” que assolam o mercado, diariamente. Nesta sequência, a solução do IPVC passa pela realização contínua de parcerias, “entre a academia e as empresas do setor, no âmbito do CTeSP de Construção e Reabilitação, da Licenciatura em Engenharia Civil e do Ambiente e do Mestrado em Engenharia Civil e do Ambiente, até porque há necessidade de profissionais”.
Questionado sobre o futuro desta instituição de ensino, Carlos Manuel Rodrigues salienta a “organização da Final dos Campeonatos Nacionais de Desporto Universitário em 2023”, o investimento na “construção de novas residências” e a concretização de “projetos de construção para edifícios de investigação. Já a “curto e a médio prazo” o intuito passa pela consolidação “do projeto BAITS, financiado no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), que será fundamental para a implementação da estratégia de inovação pedagógica e para o desenvolvimento de uma Unidade de Ensino à Distância.”