A Mais Magazine esteve à conversa com José Archer, Presidente da ABAAE, que falou sobre os de-safios para o Programa Bandeira Azul 2025, sob o lema “Restauro da Natureza”.
Para este ano, a ABAAE adotou o tema “Restauro da Natureza”. Qual a mensagem que pretendem passar com este slogan?
Este ano, pretendemos dar ferramentas e oportunidade para participarmos ativamente no Restauro da Natureza.Quais são essas ferramentas? As que a própria Natureza nos ensinou. A experiência diz-nos que é possível reverter processos de perda de biodiversidade através da proteção de habitats, da preservação de zonas húmidas ou da introdução de espécies endémicas, incluindo predadores, que ajudam a equilibrar o ecossistema. Da mesma forma que o desaparecimento de uma espécie produz um efeito negativo em cadeia, a eliminação de barreiras artificiais e a criação de corredores verdes têm a capacidade de afetar positivamente o desenvolvimento e a resiliência das áreas naturais. O Programa Bandeira Azul 2025 lança um desafio aos promotores, aos biólogos, aos entusiastas, aos ativistas e até aos criadores de conteúdo para que participem em projetos de recuperação de área natural.
Qual o papel e a importância que a ABAAE, através do seu programa Bandeira Azul, tem na promoção de espaços balneares sustentáveis e na sensibilização das populações?
O Programa Bandeira Azul é, acima de tudo, um Programa de Educação Ambiental, por isso, todas as parcerias, atividades e projetos desenvolvidos pela Coordenação Nacional têm como objetivo sensibilizar cada pessoa para a alteração de comportamentos e para a adoção de práticas mais sustentáveis, não só na praia, mas nos seus diferentes contextos diários. Os diferentes suportes de comunicação que utilizamos ajudam a passar a mensagem de forma mais abrangente e eficaz. Por exemplo, promovemos concursos que visam divulgar as melhores práticas de concessionários de praia, incentivamos a mobilidade sustentável ou encaminhamos os resíduos das atividades em praia para transformação em mobiliário urbano. A simples participação num concurso ou a sua visualização contribui para que as pessoas tomem consciência da necessidade de adoção de comportamentos corretos e adequados.
Sente que ano após ano existe uma maior preocupação entre municípios e população local para a dinamização de espaços balneares sustentáveis, inclusivos e de máxima qualidade?
Sim, é notório que os diferentes promotores e os utilizadores das zonas balneares estão mais disponíveis e despertos para as questões relacionadas com a excelência, a todos os níveis, das praias. A ABAAE, ao longo destes 35 anos, tem contribuído ativamente para a melhoria das zonas balneares e para colocar a educação ambiental entre as preocupações das diferentes entidades que fazem parte da gestão das zonas balneares e dos utilizadores das praias. Desde 1990 que a nossa Associação está na linha da frente na criação, na implementação e no desenvolvimento de Programas de educação para um desenvolvimento sustentável reconhecidos em todo o país. A atribuição de qualquer um dos nossos galardões coloca as instituições que aceitam os nossos desafios num lugar de prestígio.
Para o verão de 2025, quais as principais novidades que nos pode adiantar?
Este ano, o Júri Internacional do Programa Bandeira Azul atribuiu, a Portugal, 444 Bandeiras Azuis, das quais 404 em Praias, 18 em Marinas e 22 em Embarcações Ecoturísticas. As 404 praias estão distribuídas por 105 Promotores, com destaque para os Municípios Cuba e Alcanena, que candidataram as suas praias pela primeira vez e para Sintra, que volta a hastear a Bandeira Azul nas suas zonas balneares. Em 2025, pela primeira vez, estão galardoadas mais de 400 praias, o que corresponde a 60% das zonas balneares designadas do país. Com o regresso de Sintra ao Programa Bandeira Azul todos os municípios costeiros de Portugal Continental têm praias Bandeira Azul. Este ano pretendemos ajudar a manter a excelência dos locais que têm uma Bandeira Azul hasteada e contribuir para a promoção e divulgação dos projetos relacionados com o Restauro dos Ecossistemas.
