
A Lagoa de Óbidos é o sistema lagunar costeiro mais extenso de Portugal, com cerca de 1040 hectares, alberga uma elevada biodiversidade – que inclui centenas de espécies de aves, mamíferos, répteis, anfíbios, peixes, invertebrados, algas, fungos e plantas – e é também um dos geossítios com interesse internacional do Geoparque Oeste da UNESCO.
Por ser uma extensa massa de água, a Lagoa tem uma influência direta no microclima da região, tornando-o mais ameno para os veraneantes. Quem frequenta as praias do concelho de Caldas da Rainha sabe que dificilmente sentirá o calor sufocante de outras paragens, podendo desfrutar de dias mais amenos, com nevoeiro ao amanhecer e brisas carregadas de iodo e odor a mar. As praias da Foz do Arelho oferecem um extenso areal com espaço para todos; a hipótese de escolher entre águas tranquilas, do lado da Lagoa, ou com ondulação, do lado do mar; e a possibilidade de praticar vários desportos como surf, windsurf, kitesurf, stand up paddle, vela, canoagem, futebol de praia, voleibol de praia, andebol de praia, trail running, ciclismo ou BTT. Durante a época balnear, as zonas costeiras e ribeirinhas recebem usualmente um grande fluxo de visitantes, o que acarreta uma maior pressão sobre os recursos naturais e os ecossistemas locais. Neste contexto, as autarquias desempenham um papel fundamental na promoção da sustentabilidade ambiental, através da implementação de políticas, ações educativas e de gestão que visam equilibrar a fruição turística com a preservação ambiental. Além de garantir a qualidade das águas balneares, a limpeza das praias, a gestão eficiente dos resíduos e a manutenção das infraestruturas de apoio, o Município das Caldas da Rainha assegura também a implementação de diversas atividades de sensibilização e educação ambiental. Por cumprirem os requisitos definidos pela Fundação para a Educação Ambiental (FEE) relativamente à qualidade ambiental, segurança, bem-estar, infraestruturas de apoio, informação aos utentes e sensibilização ambiental, foi atribuído o galardão Bandeira Azul às praias do Mar e da Lagoa (pela 36.ª e 14.ª vez, respetivamente). Ambas as praias receberam igualmente o galardão de Praia Acessível, atribuído quando se verifica a existência de fácil acesso pedonal, estacionamento ordenado com lugares para as viaturas ao serviço das pessoas com deficiência, acesso à zona de banhos de sol por nível, por rampa ou com recurso a meios mecânicos e ainda passadeiras no areal, sanitários e posto de socorros acessíveis.
O CILO – Centro de Interpretação para a Lagoa de Óbidos foi igualmente distinguido, pelo segundo ano consecutivo, pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA) como um dos 23 “Centro Azuis” de Portugal, distinção atribuída a estruturas, localizadas na praia ou na sua proximidade, que prestam informações e realizam atividades de Educação Ambiental, especificamente, sobre a Bandeira Azul.


Na tentativa de conciliar, de forma sustentável, o lazer e a conservação dos ecossistemas naturais, a época balnear de 2025 será marcada pela dinamização de campanhas e atividades de sensibilização ambiental dirigidas a residentes e turistas, com o objetivo de promover boas práticas como a recolha seletiva de resíduos, a proteção da fauna e flora locais, o conhecimento do património natural local, a ocupação indevida de habitats sensíveis e a saúde e bem-estar através da prática desportiva:
- Campanhas de sensibilização: “Vamos cortá-la do mapa” – infografias sobre controlo da proliferação da erva-das-pampas; “Vegetação dunar: um escudo a preservar” – sinalética e painéis informativos sobre preservação das dunas; “O que é da esplanada não voa para a praia” – sinalética contra o arrastamento de lixo pelo vento, colocada nos bares e restaurantes de praia; “Não há Oceano B” – placas informativas sobre lixo plástico;
- Ações de sensibilização ambiental: jogos ambientais desenvolvidos no âmbito do Programa de voluntariado ambiental jovem; ação “Zero beatas” – distribuição de cinzeiros artesanais e reutilizáveis; ação “O nosso amigo nadador-salvador” sobre técnicas de salvamento e segurança balnear; passeio interpretativo de barco pela Lagoa de Óbidos; percurso pedestre interpretativo pela Lagoa de Óbidos;
- Promoção do conhecimento e conservação dos valores naturais locais: “Projeto Biolagoa” – monitorização de aves aquáticas, com participação do público; “Projeto Peixes Nativos” – monitorização de peixes de água doce, com participação de público; “Projeto Prospeção das jazidas jurássicas de Salir do Porto” – trabalho de campo desenvolvido por investigadores e voluntários; programa educativo do Centro para a Interpretação da Lagoa de Óbidos – diversas atividades dirigidas a escolas e público geral;
- Ações de limpeza costeira e do areal, incluindo monitorizações do Projeto Coastwatch;
- Ações de restauro de habitats: remoção de espécies invasoras – chorão da praia nas dunas e erva-das-pampas em espaços públicos;
- Leituras e exposições: Biblioteca de Praia, “Hora do Conto” sobre conservação da Natureza; exposição fotográfica “Restaurar para salvar” – com imagens de espécies nativas que serão beneficiadas pelo restauro ambiental da Lagoa de Óbidos; exposição “Objetivos de Desenvolvimento Sustentável” pelas ruas da cidade;
- Caminhos da Rainha: rede de percursos pedestres e cicláveis com cerca de 670km, em todo o concelho;
- Verão desportivo 2025 da Foz do Arelho: Open Day Centro Náutico da Foz do Arelho; Portugal Beach Handball Tour 2025 – etapa Foz Arelho; 5ª Etapa Campeonato Nacional de Voleibol de Praia 2025; Campeonato Regional de Ténis de Praia; Estágios de Kempo; Etapas de Futebol de Praia e Atividade de Tiro com Arco.
As medidas a adotar e as atividades programadas para a época balnear de 2025 visam assegurar uma convivência harmoniosa entre turismo, lazer e preservação ambiental, promovendo o restauro da natureza e um modelo de desenvolvimento sustentável que beneficia tanto as populações locais como os visitantes. Para isso, estabeleceram-se parcerias entre o Município e associações de Ambiente locais, empresas turístico-marítimas, agrupamentos escolares, grupos artísticos e da sociedade civil, focando a atuação na maximização do envolvimento da comunidade e dos veraneantes, contribuindo para uma sociedade mais respeitadora do Ambiente e reforçando o papel de cada um na promoção da sustentabilidade ambiental e na conservação da Natureza.
Sugestões de visita:
- Passadiços da Foz do Arelho e Cais Palafítico do Nadadouro – estruturas para caminhar junto ao mar e à Lagoa.
- Duna de Salir do Porto – resultante da acumulação de areias transportadas pelo vento, é a maior duna de Portugal, com cerca de 50 metros de altura.
- Jazidas jurássicas da Serra do Bouro – trilhos de pegadas pertencentes a várias espécies de dinossauros, com uma fabulosa vista para o Oceano Atlântico.
- Paul de Tornada – Zona húmida com 54 hectares, classificada como Sítio Ramsar e Reserva Natural Local, é um refúgio para muitas espécies de plantas e animais, como garças, patos, lontras, cágados-de-carapaça-estriada ou enguias.
- Centro de Artes – formado por quatro museus distintos (ateliers – museus António Duarte e João Fragoso, Museus Barata Feyo e Leopoldo de Almeida) que constituem um dos mais notáveis núcleos de escultura do país.
- Hospital Termal – inaugurado em 1485, pela Rainha D. Leonor, é o mais antigo hospital termal do mundo em atividade.
- Parque D. Carlos I – Criado em 1799 como Passeio da Copa para os doentes do Hospital Termal, mistura estilos e influências de vários momentos históricos e períodos arquitetónicos, inclui o Museu José Malhoa e dispõe de um grande lago para passeios de barco a remos.
- Mata Rainha D. Leonor – Plantada inicialmente no tempo de D. Leonor, abriga espécies como carvalhos, pinheiros e o maior platanal de Portugal. Com 17 hectares, é um dos grandes pulmões da cidade, e a origem das nascentes de águas termais que abastecem o Hospital Termal.
