: 25 de Abril, 2025 Redação:: Comentários: 0

A Mais Magazine esteve à conversa com José Manuel Ribeiro, presidente do conselho de administração da Lipor, que refletiu sobre os mais de 40 anos da entidade na promoção de uma gestão sustentável de resíduos e destacou a sua ambiciosa meta para o futuro: alcançar a neutralidade climática até 2045.

No mês em que se celebra o Dia Mundial da Terra, como avalia o impacto da Lipor ao longo destes mais de 40 anos na gestão sustentável dos resíduos?

Na LIPOR temos um Propósito: Todos os dias construímos um mundo melhor. Temos vindo a repensar o Modelo de Negócio, passando de apenas gestora de resíduos para nos tornarmos gestora de recursos e, mais recentemente, produtora de produtos que impulsionam a Economia Circular firmando todos os esforços na sua valorização mais adequada, abordagem que tem por base a projeção de um modelo circular de negócios, e é sustentada por projetos demonstrativos das práticas de circularidade de suporte. Sabemos que é possível gerar e partilhar valor transformando os resíduos em produtos, prestando serviços especializados, promovendo a prosperidade e a inovação sustentável e tecnológica.

Quais considera serem os principais desafios que Portugal enfrenta atualmente no que se refere à gestão de resíduos?

A necessidade de Portugal convergir nas metas determinadas pela Diretiva Quadro Resíduos, nomeadamente a preparação para reutilização e reciclagem dos Resíduos Urbanos e a exigência de redução de deposição em Aterro, colocam desafios, mas também oportunidades ao setor. O setor tem de se posicionar como relevante no desenvolvimento do País. Precisamos de uma efetiva implementação da Hierarquia da boa gestão dos Resíduos, onde na base temos a Prevenção que tem de atuar de forma a conseguirmos reduzir a produção de resíduos, temos de produzir produtos mais sustentáveis e recicláveis, temos que ter fortes estratégias para potenciar a reutilização e apostar cada vez mais em recolhas dos resíduos seletivas de qualidade, de modo a termos uma Economia Circular.

José Manuel Ribeiro, Presidente do Conselho de Administração da Lipor

Que estratégias a Lipor tem adotado para consciencializar a população sobre a importância da redução de resíduos e da reciclagem?

No âmbito dos seus Planos Estratégicos para 2030 a LIPOR e os seus Municípios Associados estabeleceram ambiciosos Planos de forma a continuar a ampliar os projetos de Prevenção, Reutilização, Tratamento Local e de Recolha Seletiva Multimaterial e de Biorresíduos. Para nós, o “melhor resíduo” é aquele que não se produz. Esta estratégia materializa-se em iniciativas como a promoção de uma rede intermunicipal de Hortas Urbanas, a compostagem caseira e comunitária, o combate ao desperdício alimentar, entre tantas outras. Disponibilizamos aos cidadãos sistemas de recolha seletiva porta-a-porta e de proximidade de resíduos garantindo assim, os meios para que possam participar ativamente na reciclagem. Estamos na linha da frente e utilizamos nas nossas Unidades as melhores tecnologias de tratamento, garantindo a qualidade dos materiais que encaminhamos para reciclagem. Investimos em campanhas de comunicação e de sensibilização, em especial de proximidade. Valorizamos o empenho das Instituições com o reconhecimento Coração Verde. Acreditamos na construção de comunidades sustentáveis que partilhem o “estilo de vida LIPOR”.

Quais são os próximos projetos e iniciativas da Lipor para reforçar a sustentabilidade e a inovação na gestão de resíduos?

A orientação dos nossos Investimentos, a nossa Visão Estratégica, estão cada vez mais alinhadas com as melhores práticas de sustentabilidade, com a promoção da inovação e excelência, a promoção da biodiversidade, da economia circular e da melhoria da qualidade de vida das populações que servimos. Porque acreditamos e promovemos, a transição para uma economia competitiva, circular, resiliente e neutra em carbono, temos a ambição de em 2045, atingir a NEUTRALIDADE CLIMÁTICA! Estamos a transformar-nos num fabricante de produtos e bens e num prestador de serviços especializados. Estamos, a título de exemplo, a constituir uma Comunidade Energética Renovável (ENNO), com o principal objetivo de produzir e partilhar eletricidade a partir da valorização energética de resíduos na nossa fábrica da Maia. São estes os grandes desafios: garantir sustentabilidade para gerar valor!