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António Maio, Presidente do Conselho de Administração da CEMAH, reflete sobre o percurso de mais de um século desta instituição bancária açoriana. Além disso, partilha a sua visão sobre a relevância histórica de Angra do Heroísmo, sua cidade natal, enquanto Património Mundial da UNESCO, e como esse reconhecimento contribui para o crescimento regional.

Qual a análise que faz deste mais de um século de história da CEMAH e que características distinguem esta empresa das restantes do mesmo ramo?

A CEMAH conta com 127 anos de história, profundamente comprometida, desde a sua fundação, com a missão assistencialista da SCMAH, a sua entidade titular.Ao longo dos anos muito mudou, sobretudo nos mais recentes: entre contextos socioeconómicos desafiantes e um crescente grau de exigência em termos de regulamentação, a CEMAH tem sido posta à prova, mas tem revelado, uma e outra vez, uma enorme capacidade de resiliência. Tem, também, sabido evoluir com os tempos. Temos apostado, cada vez mais, na digitalização, modernizando os nossos sistemas e a nossa oferta, nomeadamente com a introdução da nossa plataforma de homebanking, netCEM, que nos permite estar mais perto dos nossos clientes, também nos canais digitais. Esta proximidade tem sido, de resto e desde sempre, a nossa prioridade e, em grande medida, o nosso maior fator diferenciador. Algo que se faz sentir, também, na nossa rede comercial, com 14 balcões, em 6 ilhas, onde os nossos colaboradores asseguram um atendimento personalizado e celeridade no processo de decisão – um atendimento em iguais termos para todos os clientes, com um foco muito particular nas famílias e empresas regionais, mesmo os considerados “menos rentáveis” pelos critérios utilizados na generalidade do setor bancário, como sejam as famílias de baixos rendimentos e as micro e pequenas empresas, o que, cremos, contribui para a dignificação do próprio sistema financeiro regional.

Sendo natural de Angra do Heroísmo, que comentário lhe merece o facto de esta ter sido a primeira cidade portuguesa e do Atlântico a ser inscrita como Património Mundial da UNESCO?

É um orgulho, que se cimenta com a idade e o conhecimento que vamos tendo de outras realidades semelhantes. Creio que foi um reconhecimento muito merecido, pois Angra do Heroísmo tem uma enorme relevância histórica, não só a nível mundial (veja-se a importância do seu porto, nos séc. XV e XVI, como entreposto comercial com a Europa e o património edificado, de malha urbana única, projetada há mais de 400 anos), como também do país (resistência aos Filipes e lutas liberais, entre outros acontecimentos marcantes), o que lhe confere um papel de grande destaque em ambos os contextos.Com a liberalização do espaço aéreo e a presença das companhias low-cost nos Açores, a ilha Terceira (como as restantes) tornou-se um destino turístico (re)conhecido mundialmente e este título é, decerto, mais um fator que engrandece a cidade e a Região, contribuindo para o seu crescimento.