É a capital do montado e do grande lago de Alqueva. Portel é um dos 13 municípios atravessados pela Estrada Nacional 18. O Presidente da Câmara Municipal admite que a ligação à segunda estrada mais longa de Portugal permite pensar em “algumas estratégias” para atrair os nichos que percorrem “este importante traçado rodoviário nacional”.
Deambulando em curva pelo asfalto da estrada nacional 18, chegamos à vila portuguesa de Portel, no distrito de Évora, ao som de um cante alentejano, o dito “alma dos portelenses” e avistamos a imagem de marca deste concelho o “ecossistema típico das regiões de clima mediterrânico, rotulado como a maior mancha contínua de arvoredo nativo que se pode encontrar no território Português”, refere-nos o Presidente da Câmara deste município, José Manuel Grilo.
A nacional 18 também dá a mão à viragem de eixos turísticos nesta região. O autarca admite que essa estrada possibilita colocar em prática “algumas estratégias” para atrair a visita “para quem percorre este importante traçado rodoviário nacional”. O próprio confessa que a atual “diversidade da oferta turística” de Portel já contém, para “os seus visitantes”, razões suficientes que justifiquem a sua passagem.
Já dentro do coração deste local, José Manuel Grilo conta que a autarquia “tem feito uma aposta significativa na atração e desenvolvimento turístico”, ao criar “polos de dinâmica turística”, capacitar “os seus recursos humanos de mais informação, construindo centros de interpretação sobre o território e, mais recentemente, edificando duas praias fluviais de excelência, ambas aliás, com galardão da bandeira Azul”. Atualmente, a Câmara está a dar continuidade à construção de “uma nova piscina de ondas”, que vai requalificar “não só as piscinas existentes, como toda a zona envolvente”. Estas mudanças, “têm marcado a transformação do concelho nestas duas décadas”, acabando por potenciar as qualidades desta zona do interior do país.
De facto, “é impossível desenvolver e promover um território sem pessoas”. Sendo assim, ao longo do tempo, neste município, “as pessoas têm sido o principal foco da autarquia”. Ora, apostar na “habitação, saúde, educação e apoios sociais” é algo imprescindível para fixar a população num território e “para que esta possa desenvolver uma dinâmica cultural, social e turística marcada pela diferença positiva”. Para tal “foram criadas infraestruturas e estratégias de âmbito social capazes de fixar ao máximo as suas populações”, sobretudo as mais jovens.
Entre a serra e a planície, com as cores quentes do Alentejo
“Visitar Portel é deslumbrar-se com o seu património histórico, é desfrutar da paisagem de montado”, que “ocupa mais de metade da área florestal do concelho” e assim contribui para a “existência de uma importante economia de produtos associados” a este recurso; “é navegar e mergulhar nas águas tranquilas do Lago de Alqueva”, que é “hoje um polo de atração turística, quer para atividades mais tradicionais, quer para (…) as náuticas que ganham cada vez maior expressão na região, como a canoagem, a vela, o windsurf, os passeios de barco e os cruzeiros, a partir da Marina da Amieira”; é vislumbrar os miradouros no “ponto mais alto da serra”, descreve-nos Luís Grilo.
Sentado à mesa, Portel também mostra os seus ex-libris. A açorda é a iguaria mais típica do concelho, que o cozinha “de mil e uma maneiras”, promovendo-a “anualmente no congresso das açordas”. Além desta, “existe uma forte ligação aos produtos do Montado, nomeadamente um cogumelo que aparece espontaneamente em meados de fevereiro e que é bastante apreciado na região”, apelidado de “Silarca.”
Questionado sobre a altura do ano mais propícia para “dar um salto” a Portel, o Presidente da Câmara afirma que todos os meses do ano são ideais para “visitar e descobrir este território imenso”, no entanto esclarece que “a Feira do Montado”, no final de novembro e “o agosto em Festa, em pleno pico de verão”, são aqueles em que a passagem é imperdível.