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Fundada no ano de 1510, sob a invocação de Nossa Senhora da Graça, a Santa Casa da Misericórdia de Tomar tem como objetivos norteadores, desde a sua origem, corresponder às necessidades sociais do povo de Tomar e realizar práticas e festividades de âmbito religioso. Atualmente, a instituição tem também um papel importante na realização da Festa dos Tabuleiros, candidata a património da UNESCO.

A Santa Casa da Misericórdia de Tomar celebra, este ano, o 513º aniversário da sua fundação e do serviço prestado aos tomarenses. Auxiliar a população de Tomar nas suas necessidades sociais e de saúde foram as linhas orientadoras que marcaram o início de atividade desta instituição e que se prolongam até aos dias de hoje. Para tal, a Santa Casa da Misericórdia de Tomar possuía um hospital próprio, ao dispor de todos os habitantes de Tomar, o qual, até pouco depois do 25 de abril de 1974, era o único hospital da cidade, até o Estado ter dado ordens à construção do atual Hospital público de Tomar. Atualmente, a instituição contém um grande leque de serviços sociais e de saúde que pretendem dar aos tomarenses uma melhor qualidade de vida, nomeadamente à população mais pobre, aos idosos e doentes. Entre os serviços que a entidade tem ao dispor da cidade, destaca-se a unidade de cuidados continuados, unidade de internamento privada, lar Nossa Senhora da Graça, centro de dia, serviço de apoio domiciliário, casa mortuária, residências assistidas e uma farmácia. Ao todo, são 140 profissionais que trabalham na instituição e que diariamente atendem uma média de 240 utentes. Mensalmente, milhares de clientes recorrem a esta entidade à procura dos seus serviços. A Santa Casa de Tomar coloca em prática também uma série de atividades religiosas para os seus utentes, como a realização de eucaristias.


Papel importante da instituição na Festa dos Tabuleiros
A cidade de Tomar é, cada vez mais, associada à Festa dos Tabuleiros que tem vindo a ganhar progressivamente mais protagonismo no panorama nacional e atraindo mais turistas. Os seus valores bem vincados e sempre muito conectados com a comunidade católica, espelha com elevada precisão as caraterísticas da cidade e da população, uma vez que se trata de uma festividade realizada do povo para o povo. Nesse sentido, o Provedor da Santa Casa de Tomar, António Alexandre, considera que mesmo sendo uma festividade marcada pela maneira de ser das pessoas de Tomar, que é algo que se vai moldando com o decorrer dos anos, nunca perdeu a sua verdadeira essência e sempre se manteve fiel aos seus princípios. “A Festa dos Tabuleiros une os tomarenses de todo o concelho, na sua preparação, desde o momento da eleição do Mordomo, até o último dia, que coincide com a distribuição do Bodo. É uma Festa de partilha e de uma vivência comunitária e voluntária, tão caraterística das Festas do Espírito Santo, que faz dela um momento único na vida Tomarense”, acrescenta o Provedor. É, hoje em dia, algo que mobiliza todos os tomarenses e que atrai pessoas de todo o mundo, em especial os imigrantes da cidade, que aproveitam para regressar nesta altura de festa para visitarem a sua família e amigos.

Desde há algum tempo que a Santa Casa da Misericórdia de Tomar foi eleita para ser a guardiã das Coroas e do Pendão de Espírito Santo que são utilizados nesta festividade e, a cada quatro anos é da sua Igreja da Nossa Senhora da Graça que estas peças saem, no domingo de Páscoa, para se juntarem, posteriormente, ao grande cortejo da Festa do divino Espírito Santo. Findadas as festividades, as Coroas e o Pendão voltam até à igreja da Santa Casa, onde ficam depositadas durante quatro anos, até à próxima celebração. O papel-chave que a instituição tem, estando diretamente ligada à Festa dos Tabuleiros, é um motivo de orgulho para o Provedor, que faz parte da Comissão Central do evento. “É mais que um motivo de orgulho, saber que se faz parte da história de um concelho, que ajudou a construir, e que tem na sua Festa Grande um património da qual também faz parte”, assume António Alexandre.

Um evento que mobiliza toda a cidade e que tem um grande impacto na imagem que Tomar tem a nível nacional e internacional, sendo já considerada Património Nacional. A próxima etapa passa pela elevação a Património Imaterial da UNESCO que dará ao evento e a toda a cidade uma maior dimensão. Até lá, cabe a todos os tomarenses, à Câmara Municipal de Tomar e à Santa Casa da Misericórdia de Tomar a importante missão de preservar a sua rica História e Património, bem como a sua divulgação.