: 25 de Abril, 2025 Redação:: Comentários: 0

“Transformar – com alma, sempre” essa é a missão de vida de Ana Canadas, patologista no ICBAS e professora na Escola Universitária Vasco da Gama (EUVG). Em entrevista à Mais Magazine, partilha o seu percurso profissional e o propósito que a move.

Quem a conhece diz: É um “mini-furacão” feliz. Uma mente inquieta com uma missão clara: transformar. Diagnósticos, mentalidades, sistemas e, sobretudo… pessoas.

Ana Canadas teve, desde sempre, um fascínio pelo mundo animal — uma vontade genuína de cuidar e compreender. Mas a vida levou-a primeiro por outro caminho: a enfermagem humana. “E sou grata por isso — aprendi a cuidar com presença e escuta. A enfermagem moldou-me: ensinou-me a valorizar a vida e a relativizar”, afirma.

Mais tarde, reencontrou-se com o seu sonho de sempre: a Medicina Veterinária. E foi durante a prática profissional como clínica que descobriu a Patologia. “Fascina-me a complexidade e as histórias escondidas nos tecidos ao microscópio, a beleza quase poética de entender a vida através da doença e das imagens. A Patologia é mais do que observar: é interpretar, decidir e dar voz”, salienta.

O seu trajeto inclui também um doutoramento e uma residência europeia na área e, desde 2021, lidera o LabPatVet, o laboratório de histopatologia veterinária do ICBAS. Assumir essa liderança é, para Ana Canadas, o culminar de um ato de compromisso profundo que mantém desde 2012. Mais do que dirigir um laboratório, vê-se como alguém que empreende diariamente: com visão, estratégia e sentido de missão de melhorar os serviços à comunidade. Liderar um laboratório, ainda que de pequena dimensão, é tanto sobre ciência como sobre pessoas. Para a entrevistada, “é sobre clientes — com necessidades únicas, contextos distintos e expectativas concretas. Adapto-me, encontro soluções”. É um exercício de empatia e inovação que tem fidelizado e mantido os níveis de qualidade nos serviços prestados. É exigente, intensa e sensível — e isso sente-se em tudo o que faz. Tem uma veia transformadora e deixa uma energia que não passa despercebida. Defende o que acredita com firmeza — mesmo que isso traga desconforto e resistências externas. Acredita que só com verdade, coragem e humanidade se lidera e se vive com justiça. Acredita numa liderança consciente, baseada na escuta ativa e no respeito pelas individualidades. “Para prosperar, é preciso compreender o outro”, reitera.

Não obstante, é no ensino, na mentoria e na formação que está atualmente o centro da sua paixão. Na EUVG, onde é professora regente de várias unidades curriculares, encontra o seu propósito. Partilhar conhecimento, orientar jovens e ver o seu crescimento — é isso que a realiza, pois, para Ana Canadas, “ensinar é inspirar. Ser mentora e modelo é um privilégio”.

Neste contexto, a sua vida é, de facto, intensa. Entre diagnósticos, aulas, projetos e estudo, os dias são longos. Mas a patologista é movida pelo propósito. Começa o dia com energia, felicidade e gratidão e esforça-se por parar — “é no silêncio que nasce a clareza do caminho a trilhar”, afirma.

Mais do que patologista ou professora, Ana Canadas é empreendedora da transformação. E esse espírito empreendedor tem-se expandido para novas áreas.

Defensora da Inteligência Artificial, considera-a vital na Patologia e no ensino — encontra-se ativamente a explorar esse caminho. Quer inovar, fazer diferente, criar soluções. E quer que a Patologia Veterinária cresça e se reinvente no contexto tão falado da “One Health”.

Ana Canadas é patologista, mas a sua vocação é transformar — com alma, sempre.