
Guimarães foi eleita Capital Verde Europeia 2026, um prémio que recompensa todo o trabalho meritório que o município tem desenvolvido nos últimos anos em prol da sustentabilidade ambiental. Os próximos passos serão no sentido de tornar a cidade berço não apenas num Destino Turístico Sustentável, como também numa referência a nível mundial no que concerne ao turismo sustentável.
No coração do Minho, Guimarães volta a inscrever o seu nome na vanguarda da sustentabilidade. Com uma história que remonta à fundação de Portugal, a cidade projeta agora o seu futuro com um compromisso sólido: tornar-se um Destino Turístico Sustentável certificado pela EarthCheck. O primeiro passo já foi dado com a conquista do Reconhecimento Bronze, um marco que não só valida as políticas implementadas até agora, mas também coloca Guimarães no mapa internacional como um exemplo de turismo equilibrado e ambientalmente consciente. Este caminho não começou por acaso. Quando a sustentabilidade foi definida como um dos pilares estratégicos da governação municipal, a cidade deu início a uma transformação profunda. Desde então, foram lançadas políticas públicas inovadoras que procuram minimizar a pegada ecológica do turismo, salvaguardando o património natural e cultural e garantindo que as comunidades locais não só beneficiam do crescimento turístico, mas também participam ativamente no seu desenvolvimento.
A certificação da EarthCheck exige um rigoroso processo de avaliação e monitorização, analisando indicadores tão variados como a gestão de recursos naturais, a redução de emissões de carbono, a eficiência na gestão de resíduos, a qualidade do ar e da água e a preservação da biodiversidade. Mas a sustentabilidade turística vai muito além do ambiente: são também escrutinadas dimensões sociais como a equidade de género, os direitos humanos, a qualidade de vida e a segurança da população local. Ao cumprir estes exigentes critérios internacionais, Guimarães afirma-se como um modelo a seguir para outras cidades que desejam trilhar o mesmo percurso. Mas a ambição não se fica por aqui. O município já traçou o próximo objetivo: alcançar a Certificação Prata ainda este ano 2025. Para isso, serão reforçadas medidas estruturantes como o desenvolvimento de um modelo de turismo regenerativo, a melhoria contínua dos processos de sustentabilidade em todas as suas vertentes – económica, cultural, social e ambiental –, a salvaguarda do património material e imaterial e a promoção de soluções de mobilidade sustentável. Ao mesmo tempo, continuará a ser fomentada a criação de oportunidades de trabalho justas e igualitárias, incentivando as empresas turísticas a adotarem práticas éticas e responsáveis.




Neste esforço coletivo, a criação da Destination Management Organization (DMO) de Guimarães tem desempenhado um papel determinante. Coordenado pela Divisão de Turismo da Câmara Municipal, este organismo reúne diversas entidades, como a Estrutura de Missão Guimarães 2030, o Laboratório da Paisagem, a Vimágua, o Green Team – composto por empresas do setor – e o Conselho Consultivo do Turismo. Em conjunto, garantem uma abordagem estratégica e integrada, assegurando que a sustentabilidade se mantém no centro das decisões e que as boas práticas são amplamente disseminadas e aplicadas. A par deste compromisso com a sustentabilidade, Guimarães tem apostado numa rede de mobilidade suave que aproxima as pessoas do território e reforça a ligação entre cidade e natureza. As Ecovias de Guimarães – do Ave, do Selho e do Vizela – oferecem percursos pedonais e cicláveis que atravessam zonas de elevado valor ambiental, histórico e cultural, ligando freguesias, espaços verdes e pontos de interesse turístico. Integrado nesta visão, o Mapa Verde de Guimarães identifica não só os espaços naturais, como parques e áreas florestais, mas também equipamentos públicos, zonas comerciais e infraestruturas que promovem uma vivência urbana mais sustentável. Uma informação disponível na plataforma Passo Verde (www.passoverde.pt). A tudo isto junta-se a Rota da Biodiversidade da Penha, um percurso sinalizado no ‘pulmão verde’ de Guimarães, que alia a interpretação ambiental à sensibilização para a conservação da fauna e flora locais, numa experiência imersiva e educativa.


Paulo Lopes Silva, vereador do Turismo da Câmara Municipal de Guimarães, destaca a importância deste reconhecimento para o futuro da cidade. “Guimarães tem vindo a demonstrar, através de ações concretas e estruturadas, que é possível conciliar o crescimento económico do turismo com a proteção do ambiente, a valorização da identidade local e a sustentabilidade da nossa comunidade”, afirma. Sublinha ainda que “esta certificação reflete um compromisso sério e duradouro, que envolve não só o poder público, mas também os agentes económicos, a academia e a sociedade civil”.Assim, a certificação de Guimarães como Destino Turístico Sustentável não é apenas um selo de qualidade, mas um compromisso contínuo e profundo com a sustentabilidade. Mais do que um objetivo, trata-se de uma visão de futuro onde o turismo não é um fardo para a comunidade, mas sim uma alavanca para o seu desenvolvimento equilibrado e inclusivo. Ao assumir esta liderança, Guimarães não só reforça a sua posição como um destino turístico de excelência, mas também inspira outras cidades a seguirem o mesmo caminho rumo a um futuro mais sustentável.

