O Museu Botânico do Instituto Politécnico de Beja, apresenta de 25 de novembro a 6 de janeiro de 2025, aberta à comunidade, no átrio da Escola Superior Agrária, a Exposição PRESÉPIOS BOTÂNICOS.
O Presépio remete-nos para o Nascimento de Cristo, em Belém, e para Epifania, quando Jesus foi apresentado aos Pastores e aos Reis Magos, de acordo o que está escrito nos Evangelhos. Segundo a tradição católica, o primeiro presépio terá sido montado por São Francisco de Assis, no ano de 1223, quando, em vez de festejar a noite de Natal na igreja, fê-lo numa floresta nos arredores da cidade de Greccio (Lácio, Itália), onde recriou uma representação do nascimento de Jesus. Durante a Baixa Idade Média e Renascimento, a tradição de incluir o presépio nos festejos do Natal disseminou-se por igrejas e mosteiros europeus, começando, também, a ser montado em casa de nobres e monarcas.
À medida que esta tradição era adotada, mais figuras foram adicionadas, algumas aludindo a artes e ofícios regionais. Em Portugal, a tradição também se fixou e são famosos os presépios criados durante o século XVIII, como o que se mantém na Basílica da Estrela e os que se conservam no Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa.
A Coleção de Presépios inclui presépios construídos com matérias-primas de origem vegetal e cumpre um dos objetivos do Museu Botânico: conservar e estudar exemplos de diferentes usos culturais de plantas, em Portugal e no Mundo. A seleção que aqui se apresenta inclui presépios construídos com bordo, nogueira, cerejeira, abeto, côco, cabaça, cortiça, romã, casuarina, milho, junco, carvalho, oliveira, cacau e avelã. Esta exposição inclui, também, incenso, ouro e mirra oferecidos pelos Reis Magos, de acordo com o Evangelho de Mateus. O incenso é uma goma-óleo-resina extraída do tronco de árvores do género Boswellia e a mirra é uma secreção semelhante obtida de árvores do género Commiphora. Desde que Orígenes de Alexandria (século III d.C.) propôs, na obra Contra Celso, o significado destas ofertas, que a mesma foi aceite pela Igreja. Assim, o incenso alude à natureza divina de Cristo, o ouro à sua natureza régia e a mirra à condição humana, já que a mirra era um símbolo de sofrimento.