Em entrevista à Mais Magazine, Carlos Brandão, Presidente da Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril (ESHTE), falou sobre os desafios emergentes da instituição, bem como da distinta oferta formativa proporcionada aos estudantes.
Encontrando-se a Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril a comemorar o seu 33.º aniversário, quais são os próximos desafios da instituição?
O desafio, o desejo de inovação e a adaptação constante às necessidades de um mercado cada vez mais global e volátil são sentimentos intrínsecos em quem representa a ESHTE. Fomos pioneiros, em 1991, quando surgimos como a primeira escola superior de hotelaria e turismo em Portugal, e continuamos na vanguarda da inovação em 2024, adaptando progressivamente a oferta formativa, preparando os nossos estudantes para as mais recentes expectativas dos setores de turismo, hotelaria e restauração. Temos uma variedade de cursos que abrange toda a cadeia de valor do turismo, com reconhecida excelência, como atesta a certificação dos nossos cursos pela Organização Mundial do Turismo. Ainda assim, refletindo o nosso espírito vincadamente inovador, estamos neste momento a renovar toda a nossa oferta formativa, com novas designações e reformulações de conteúdos programáticos, que foram melhorados e modernizados. Estamos a aguardar que a Agência de Acreditação para o Ensino Superior dê por concluído esse processo. Temos igualmente, como novidade, uma Pós-Graduação em Empreendedorismo e Gestão de Negócios em Turismo e Hospitalidade.
O que distingue a oferta formativa da ESHTE?
Temos um compromisso inabalável com a excelência e a nossa oferta formativa reflete essa postura. A título de exemplo: no ano letivo 2023/24 tivemos um rácio de 3,47 candidatos para as nossas licenciaturas na 1.ª fase do Concurso Nacional de Acesso e apresentámos uma taxa de empregabilidade média de 96%, distribuída da seguinte forma: Direção e Gestão Hoteleira (97,2%), Gestão do Lazer e Animação Turística (93,6%), Gestão Turística (96,2%), Informação Turística (95%), Produção Alimentar em Restauração (95,6%). Ou seja, podíamos relaxar à sombra do sucesso desses números, ou por termos sido distinguidos pelo segundo ano consecutivo com o prémio de Melhor Formação em Turismo, mas a ESHTE tem, na sua génese, uma preocupação constante em compreender e interpretar a realidade do turismo. Essa não é, muitas vezes, a compreensão de muitas outras estruturas, mas sempre foi uma linha orientadora para a ESHTE. A continua necessidade de interpretar, tentar ler os sinais, estarmos sempre com aquela preocupação de os nossos cerca de 2.000 estudantes desenvolverem competências que sejam úteis para o mercado de trabalho.
Como tem o mercado de trabalho respondido a essa sensibilidade da ESHTE para as necessidades do setor?
Temos uma procura crescente pelos nossos estudantes, superior à oferta, precisamente por essa postura. Assim como Portugal deve apostar num turismo de valor e não num turismo de massas, a ESHTE não procura formar por formar, em volume, privilegiando a formação de profissionais altamente qualificados. Daí a constante abertura e interesse em receber os nossos estudantes de segundo e terceiro anos das licenciaturas em estágios, obrigatórios na nossa instituição. Não só no nosso país, mas igualmente, e cada vez mais, no estrangeiro. Temos reforçado igualmente a nossa aposta na promoção da investigação, na celebração de protocolos com outras instituições de ensino e com empresas e na melhoria das instalações que temos à nossa disposição, beneficiando professores, funcionários e estudantes.