Fundada em 1896, a AHRESP (Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal) surgiu da fusão da AIHP e da ARESTA em 2008. Com 15 delegações em Portugal Continental e Açores, e brevemente em Braga e Funchal, a AHRESP é essencial para os empresários do setor, afirma Carlos Moura, presidente da associação, à Mais Magazine.
De que forma a AHRESP é um agente ativo na defesa e representação das empresas do setor e na promoção do turismo. Que tipo de iniciativas leva a cabo neste sentido?
Na representação das empresas e dos seus desafios para o futuro, estamos a intervir em áreas tão diferentes como a gastronomia, a transição digital e a eficiência energética.
Entre os projetos desenvolvidos para impactar na atividade empresarial dos nossos associados, destaco o “Acelerar o Norte”. Um programa criado com objetivo de facilitar às empresas a adoção de estratégias e soluções digitais para atrair novos clientes, alcançar mais vendas e simplificar processos.
Na vertente da sustentabilidade, o de-senvolvimento da Plataforma Eficiência Energética Restauração. A e2R é totalmente gratuita e permitirá apoiar os empresários da restauração na implementação de medidas que levem a uma maior eficiência energética.
Na área da formação, a Academia AHRESP, já certificada pela DGERT – Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho, onde são promovidos cursos e ações de formação, junto dos empresários, nas mais variadas áreas, desde a operação à gestão dos negócios.
Numa outra vertente que é a do investimento, sempre necessário para a requalificação e adaptação das empresas face às novas exigências e transformações de mercado, a AHRESP tem acompanhado os programas de financiamento (verbas nacionais ou fundos comunitários) que são disponibilizados para o setor, por forma a promovê-los junto dos empresários. Não só é nossa função informar da existência dos mesmos, como também apoiar e orientar os empresários no acesso aos mecanismos que melhor se adequam a cada tipo de investimento.
Na promoção do Turismo o projeto TASTE PORTUGAL permitiu-nos expandir a cultura e gastronomia portuguesa para uma visibilidade mundial. Em parceria com o Turismo de Portugal criámos uma Rede de Restaurantes Portugueses na Alemanha, Brasil, Espanha, França, Reino Unido, E.U.A., Canadá, Bélgica, Luxemburgo, Países Baixos e Japão de forma a promover a gastronomia portuguesa a nível internacional, elevando-a, cada vez mais, como atrativo turístico do País.
Atualmente, quais os principais desafios que os setores representados por vocês enfrentam?
Como é sabido, Portugal tem-se mantido como um dos países europeus menos competitivo em matéria fiscal. E promover uma maior competitividade das empresas que a AHRESP representa tem sido um ciclo de batalhas que, aos poucos, estamos a vencer.
Em matéria de IVA, por exemplo, a AHRESP tem insistido para a reposição integral na taxa intermédia dos refrigerantes e das bebidas alcoólicas, que ainda permanecem à taxa máxima. E a alteração da taxa intermédia de 13% para 10%, equiparando-a aos nossos principais concorrentes internacionais, como é o caso de Espanha, França e Itália.
Não posso deixar de salientar a falta de pessoas disponíveis para trabalhar na restauração e no alojamento turístico que é um problema estrutural e de longa data. Por isso, a AHRESP considera fulcral existirem programas de incentivo à contratação, mas, também, para formação especializada para nacionais e estrangeiros. Razões pelas quais a AHRESP tem feito um vasto investimento na sua própria Academia.
Quais as vantagens de ser associada da AHRESP?
As atividades que representamos são complexas e muito exigentes ao nível do seu funcionamento e das obrigações a que estão sujeitos e isso faz com que estar devida e atempadamente informado seja absolutamente fundamental para o negócio. Para isso dispomos de vários Departamentos, devidamente especializados, em áreas tão diversas como a jurídica, económica, arquitetura ou ambiente. Dispomos também de uma Academia de formação, devidamente certificada, e parceiros/fornecedores, com quem negociámos as melhores condições. Igualmente, e enquanto Associação de Empregadores, celebramos Contratos Coletivos de Trabalho (CCT’s) com as estruturas sindicais, e onde prevemos regras laborais mais adequadas ao funcionamento dos negócios. Por fim, todo este apoio é feito em proximidade, através das nossas 15 representações físicas, um pouco por todo o país e Ilhas, que é muito valorizado pelos nossos empresários.
Carlos Moura, Presidente da AHRESP