Estivemos à conversa com Marta González Casal, Diretora-Geral da Teva Portugal, que nos explicou o impacto que a empresa tem tido no país, destacando a importância da inovação terapêutica.
Gostaria que começasse por nos explicar como e quando surgiu a Teva e em que momento se deu a implementação deste projeto em Portugal.
A Teva é uma empresa farmacêutica que fabrica e distribui medicamentos há mais de 120 anos. Foi fundada em Israel, em 1901, como uma pequena empresa que distribuía medicamentos em Jerusalém para tornar os tratamentos acessíveis aos doentes da região. Desde então, a empresa cresceu significativamente em todo o mundo através de várias aquisições bem-sucedidas que integraram e melhoraram a sua experiência em medicamentos genéricos e inovadores, bem como em novos mercados e áreas terapêuticas.
2004 marcou a sua entrada em Portugal, numa fase global de expansão mundial e ganhou força através da aquisição de outras empresas que lhe permitiram aumentar a sua presença e quota de mercado no país.
Hoje, a Teva está entre as 15 maiores empresas farmacêuticas e é líder mundial em medicamentos genéricos e biológicos.
Quais as áreas terapêuticas em que atuam e que tipo de medicamentos asseguram aos doentes? Gostaria de destacar algum?
Temos uma forte área de inovação, com uma carteira de 3.600 produtos e 1.800 princípios ativos. A Teva cobre a maioria das áreas terapêuticas com os seus produtos e, para os medicamentos inovadores, fornecemos tratamentos para doenças do sistema nervoso central, como a esclerose múltipla, a doença de Parkinson, a doença de Huntington e a enxaqueca, há mais de 30 anos. A este respeito, gostaria de destacar a enxaqueca e as dores de cabeça em particular, porque há anos que a Teva tem vindo a trabalhar para fornecer tratamentos inovadores nesta área, bem como para aumentar a sensibilização para o impacto que podem ter na vida das pessoas. De facto, há três anos lançámos um produto numa nova classe terapêutica que está a trazer esperança e uma melhor qualidade de vida a muitos doentes.
Outra das nossas áreas-chave é a dos cuidados respiratórios. Oferecemos tratamentos para pessoas que sofrem de doenças respiratórias, como a asma ou a doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC).
Estas são as nossas principais áreas terapêuticas de inovação e esperamos continuar a crescer neste setor, com o objetivo de, em 2027, a nossa carteira de produtos inovadores gerar 38% das nossas receitas.
Atualmente possuem um portefólio de mais de 3 600 medicamentos que são utilizados diariamente por cerca de 200 milhões de pessoas. Além disso, contam com 43 000 colaboradores em todo o mundo. Que comentário lhe merecem estes números?
Somos uma empresa global com uma presença comercial em 60 países, com 53 fábricas em todo o mundo que produzem 76 mil milhões de comprimidos e cápsulas por ano, o que nos permite servir 200 milhões de pessoas todos os dias. Estes números são realmente grandes e demonstram o impacto que temos a nível mundial. Não só o impacto económico e a criação de emprego, mas também o impacto na melhoria da saúde dos nossos doentes, graças à nossa ampla carteira de produtos que cobrem a maioria das áreas terapêuticas.
Em Portugal, por exemplo, contamos com uma força de trabalho de quase 100 colaboradores e os medicamentos genéricos pouparam ao sistema de saúde português cerca de 76 milhões de euros em 2021. Além disso, 2 em cada 10 receitas médicas em Portugal são prescritas com um medicamento da Teva, o que reflete o forte impacto da empresa neste país.
Do seu ponto de vista, a que se deve a conquista desta posição de liderança mundial por parte da Teva no que diz respeito aos medicamentos genéricos e biológicos?
É, de facto, uma combinação de vários elementos, mas um dos mais notáveis é o seu compromisso claro e constante com a I&D e o lançamento contínuo de produtos. Isto conduziu a uma das carteiras de produtos mais extensas do mundo.
Parte deste sucesso reside também no facto de estarmos envolvidos em todo o ciclo do medicamento para alcançar um equilíbrio entre sustentabilidade, acessibilidade e inovação. Oferecemos produtos acessíveis e de alta qualidade, bem como especialidades farmacêuticas e ingredientes farmacêuticos ativos inovadores, que oferecem novas soluções terapêuticas.
Atualmente, temos 70% da nossa atividade nos genéricos e 30% na inovação, o que faz da empresa um negócio sustentável e dinâmico.
Ao nível do mercado dos genéricos estamos entre as três maiores empresas e continuamos a crescer. O mercado OTC representa uma grande oportunidade para nós e, de um modo geral, planeamos fazer investimentos estratégicos para tirar partido deste potencial de crescimento de alto nível nos próximos anos.
Podemos afirmar que a inovação está também muito presente nesta empresa? Se sim, de que modo?
Naturalmente, a inovação tem sido um pilar importante da empresa desde a sua criação – está no ADN da Teva. Temos uma equipa global de I&D (Investigação, Desenvolvimento e Inovação) de 3.500 colaboradores e 25 centros de I&D em todo o mundo que se dedicam ao desenvolvimento de novos medicamentos, dispositivos e produtos combinados que proporcionam um benefício terapêutico significativo para os doentes em todo o mundo.
Integramos as nossas capacidades de produtos genéricos e especializados na investigação e desenvolvimento para criar novas formas de responder a necessidades não satisfeitas dos doentes, combinando capacidades de desenvolvimento de medicamentos com dispositivos, serviços e tecnologia. Isto é possível graças ao investimento anual da empresa de 900 milhões de euros em I&D e inovação.
Em termos futuros, o que podemos esperar da Teva? De que forma pretendem continuar a “melhorar a vida das pessoas”?
Na Teva, continuaremos concentrados em cumprir o nosso objetivo: “Empenhados em melhorar a saúde”, não só a dos nossos doentes, mas também a saúde da nossa sociedade e do planeta. Por isso, continuaremos a conduzir a nossa estratégia Pivot to Growth, ao mesmo tempo que cumprimos os nossos objetivos ESG (ambientais, sociais e de governação) para continuar a minimizar o impacto das nossas operações no planeta e melhorar o acesso aos medicamentos para os doentes que mais precisam deles.
Além disso, continuaremos empenhados em aumentar a sensibilização para doenças como a enxaqueca e os problemas de saúde mental, a fim de reduzir o impacto que têm na vida dos doentes que delas sofrem.
E, claro, continuaremos a trabalhar para humanizar os cuidados de saúde numa perspetiva holística e global. Para nós, é essencial que esta abordagem mais próxima e empática esteja presente onde quer que haja um doente a precisar. Por este motivo, na Teva Portugal, há três anos que realizamos os prémios Humanizar os Cuidados de Saúde. Graças a este projeto, premiamos as entidades e associações que desenvolvem projetos focados na melhoria da qualidade de vida dos doentes e das suas famílias, especialmente nos aspetos humanos e emocionais dos cuidados de saúde. Desta forma, todos nós contribuímos para tornar os cuidados de saúde um pouco mais humanizados.