A AIB é a entidade responsável por defender os interesses e direitos de todos os seus associados no ramo do bacalhau, promovendo aquele que é o produto mais apreciado da gastronomia portuguesa. Em entrevista à Mais Magazine, Luísa Melo, Presidente da AIB (Associação dos Industriais do Bacalhau), deu a conhecer o trabalho desenvolvido pela associação.
Qual a missão e objetivos da AIB no setor bacalhoeiro?
A AIB tem por missão promover o desenvolvimento da atividade industrial do bacalhau, representando, intervindo e defendendo de forma condigna e efetiva os interesses empresariais do setor, no estrito cumprimento dos objetivos estatutários. Neste sentido, a sua atuação centra-se na divulgação da indústria de salga e secagem do bacalhau e na indústria de bacalhau demolhado ultracongelado em Portugal, nas suas componentes de transformação e de comercialização.
De que forma a AIB apoia e defende os direitos de todos os seus associados? Fale-nos um pouco sobre os pro-jetos realizados neste âmbito.
Desde a sua formação, em 17 de novembro de 1993, a AIB procura contribuir para o desenvolvimento do setor em geral, e das empresas associadas em particular, prestando informação concreta e atualizada sobre as diversas matérias inerentes à atividade, sejam elas, as de âmbito económico, financeiro, social, ambiental, fiscal e aduaneiro. A AIB norteia a sua atividade por uma política de estreita colaboração com Entidades e Instituições, nacionais e internacionais, privilegiando as importantes relações que mantém com os Organismos Oficiais que tutelam o setor. A promoção da investigação tecnológica para o desenvolvimento de projetos inovadores que contribuam para a modernização e otimização da indústria que representa é uma das atribuições estatutárias que mais valoriza. Da atividade desenvolvida, destaco o contributo dado na elaboração da proposta de Decreto-Lei, através da participação no Grupo de Trabalho que deu forma e conteúdo ao documento que estabeleceu as condições a que deve obedecer à comercialização do bacalhau e espécies afins, salgados verdes, semi-secos e secos. Noutra vertente, a criação e comunicação da marca “O Nosso Bacalhau”, que teve como objetivo permitir que o consumidor pudesse identificar que o bacalhau que está a comprar é processado pela indústria bacalhoeira portuguesa, é um projeto que considero relevante para as empresas portuguesas deste setor.
Qual a atual dimensão (económica, volume de negócios, …), que o setor do bacalhau representa a nível nacional?
O setor bacalhoeiro nacional tem um volume de negócios anual próximo dos 500 milhões de euros, mais de 2.000 empregos diretos e o valor das exportações superior a 100 milhões de euros.
Atualmente, quais os principais de-safios que o setor do bacalhau enfrenta?
O aumento do custo dos fatores de produção, associados a uma atividade de capital intensivo, pois o aprovisionamento de grandes quantidades de matéria-prima durante períodos relativamente longos exige um elevado esforço financeiro, constituem um desafio inerente à atividade que, associado ao atual quadro macroeconómico, nacional e internacional, fazem antever que os tempos mais próximos serão extremamente desafiantes para os atores deste setor.
Quais as metas para o futuro da AIB?
Continuar a apoiar as empresas associadas com a sua intervenção junto das entidades que tutelam o setor no sentido de se criarem melhores condições para o exercício da atividade, nomeadamente criando condições para o acesso ao recrutamento de mão de obra qualificada em áreas criticas para a atividade operacional e desenvolver ações de promoção apelando ao consumo deste produto que além das suas características organoléticas únicas, por ser um peixe de origem selvagem, tem também qualidades nutricionais importantes para a dieta humana.