A atividade vitivinícola em Portugal assume uma importância fundamental para a economia nacional, tendo sido responsável por 941 milhões de euros em exportações no ano de 2022, ocupando quase 5% da Superfície Agrícola Utilizada (SAU), dispersa por todo o país, desde os territórios de mais baixa densidade populacional, como o Douro, Trás-os-Montes, Beiras, Alto Alentejo e Pico, até aos de maior densidade populacional como Lisboa.
Este sucesso e dispersão territorial na criação de riqueza deve-se à virtuosi-dade da videira poder ocupar e ser produtiva nos solos mais pobres e sem outra aptidão agrícola, mas sobretudo deve-se à elevada e sem comparação capaci-dade de organização do setor, assim como a uma propensão intrínseca para a inovação em produtos, processos e métodos.
A ADVID – Associação para o Desenvolvimento da Viticultura Duriense, enquanto Entidade Gestora do Cluster da Vinha e do Vinho, procura desde a sua génese, explorar esta capacidade de organização do setor e promover a inovação, acelerando a transferência de conhecimento entre o sistema de I&D e o Sector Empresarial Vitivinícola.
Ainda, a participação ativa das empresas na definição das agendas de I&D, a realização destas atividades em vinhas comerciais, as ações de demonstração e transferência de conhecimento, aceleram as respostas do setor aos desafios que este tem de enfrentar, permitindo, em muitas situações, antecipar respos-tas, como no caso das alterações climáticas.
Num setor que pretende aumentar as exportações de vinho para um valor superior a 1.000 Milhões de Euros, num contexto de grandes desafios, tais como um momento de mudanças de consumo de vinho, alterações climáticas, escassez de mão-de-obra, necessidade de mecanização e sensorização e a conservação da biodiversidade funcional e da diversidade genética da videira, assim como a introdução de práticas vitícolas mais sustentáveis, o conhecimento e a inovação, assim como a rápida transferência desse conhecimento gerado para o sector empresarial, são uma ferramenta fundamental, para criar valor, mantendo a identidade dos vinhos portugueses.
O Cluster da Vinha e do Vinho, pela maturidade das suas empresas, consegue assim criar essa estrutura, que agrega empresas vitivinícolas, instituições de I&D, empresas de IT e muitos outros agentes que contribuam para a valorização do setor. Este é um fator identitário do setor vitivinícola, que muito contribui para o seu sucesso e afirmação!